Porões da Lava Jato

Lava Jato tentou criar rede de espionagem clandestina com programa israelense

Defesa do ex-presidente Lula protocola no Supremo petição que revela como os procuradores da Lava Jato tiveram contato com dispositivos de espionagem

Site da empresa NSO Group apresenta serviços e dispositivos como o Pegasus

São Paulo – A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira uma petição que revela como os procuradores da operação Lava Jato, em Curitiba, teriam buscado criar um sistema de espionagem cibernética clandestina. A perícia tem como base mensagens de chats entre membros da Lava Jato apreendidas na Operação Spoofing. As informações são do jornalista Jamil Chade, no portal do Uol.

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No centro do interesse dos procuradores da extinta força-tarefa da Lava Jato está o Pegasus, sofisticado programa de espionagem israelense.

“Documentos que não fazem parte da petição e obtidos com exclusividade pelo UOL ainda revelam detalhes das negociações entre os procuradores e representantes da empresa que vendia o sistema de espionagem”, afirma Jamil Chade.

A polêmica ferramenta virou notícia no mundo no último dia 18 por ter sido utilizada por governos para espionar jornalistas, ativistas e inimigos políticos dos chefes de estado. Segundo um consórcio de 17 jornais de dez países, ao menos 180 jornalistas chegaram a ser monitorados por meio do sistema Pegasus.

No Brasil, depois de revelações do UOL em maio sobre o lobby feito por Carlos Bolsonaro pelo sistema, a fornecedora abandonou licitação do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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Segundo a petição ao STF a partir dos diálogos de procuradores, “a Operação Lava Jato teve contato com diversas armas de espionagem cibernética, incluindo o aludido dispositivo Pegasus”. O documento é assinado pelos advogados Valeska Teixeira Martins e Cristiano Martins.

Numa conversa no chat do grupo de procuradores em 31 de janeiro de 2018, é citada uma reunião entre os membros da “Lava Jato” do Rio de Janeiro, de Curitiba e representantes de uma empresa israelense que vendia uma “solução tecnológica” que “invade celulares em tempo real (permite ver a localização etc)”. Essa tecnologia, segundo os advogados, mais tarde seria identificada como sendo o Pegasus.

Confira a íntegra da reportagem


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