Eleições 2020

Debate em Osasco: ausência de prefeito e corrupção dos Bolsonaro são alvos

“A ausência do prefeito significa desrespeito total à população. Quem não vai a debate, ou tem o que esconder ou não tem o que mostrar”, disse Emídio de Souza

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Da esq. para a dir.: Dr. Lindoso (Republicanos), Dateninha (Solidariedade), Emídio de Souza (PT) e Simony dos Anjos (Psol)

São Paulo – Quatro candidatos à prefeitura de Osasco, região Oeste da Grande São Paulo, participaram de debate na noite desta terça-feira (10): Emídio de Souza (PT), Simony dos Anjos (Psol), Dr. Lindoso (Republicanos) e Marco Souza Dateninha (Solidariedade). O atual prefeito, Rogério Lins (Podemos), não participou. O debate em Osasco foi promovido por TVT, UOL, Rádio e Rede Brasil Atual, Uninove e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Osasco. A ausência fez de Lins um dos principais alvos dos concorrentes.

“A ausência do prefeito significa desrespeito total à população. Se não respeita agora, não vai respeitar depois. Quem não vai a debate, ou tem o que esconder, ou não tem o que mostrar”, disse Emidio de Souza. “Ele não vem porque acha que a eleição está ganha. Mas não ganhou. A partir de segunda começa o segundo turno e vai ter que debater comigo. Não são as pesquisas falsas que resolvem o voto”, afirmou Emidio, prefeito por dois mandatos, de 2005 a 2012

Dr. Lindoso também criticou Rogério Lins. “Se depender da saúde de Osasco as pessoas morrem nas filas”, disse, sobre a condução da gestão frente à pandemia da covid-19. Quando questionado sobre eventual apoio do presidente Jair Bolsonaro a sua candidatura, Lindoso afirmou que “o presidente não declarou apoio, mas se declarar, aceito”. Ele explicou que todos os apoios são bem-vindos, desde que não estejam ligados a corrupção.

A candidata do Psol respondeu a Lindoso. “Não sei o que chama de corrupção”, disse Simony. Ela citou os depósitos supostamente feitos por Fabrício Queiroz na conta da mulher do presidente Jair Bolsonaro, Michelle, e esquema das “rachadinhas”, do qual é acusado o senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), ex-deputado estadual no Rio de Janeiro, filho do presidente e denunciado pelo Ministério Público.

Atual prefeito foi preso em 2016

Simony comparou o filho de Bolsonaro ao atual prefeito. “Muito parecido com Rogerio Lins, quando foi preso na operação Caça Fantasma”, afirmou. Recém-eleito em 2016, Lins foi preso e solto no início do ano seguinte. Sua prisão se deu por suposto envolvimento em um esquema de fraudes na contratação sem concurso público de centenas de servidores “fantasmas” na Câmara, segundo matéria do jornal O Estado de S. Paulo na época.

No debate, a candidata do Psol usou uma tática conhecida de antigos candidatos do partido, como Luciana Genro, que concorreu à presidência da República em 2014. Simony dos Anjos atacou os candidatos, incluindo o ex-prefeito do PT, a quem acusou de não ter dado participação às mulheres em seus dois mandatos.

Segundo ela, “não houve política pública para aumentar a participação da mulher na cidade” na gestão de Emidio, e nem pastas importantes que fossem geridas por mulheres.

“É um equívoco achar que secretaria de Educação é sem importância, ou Promoção Social, ou secretaria de Administração”, respondeu Emidio de Souza. Ele citou projetos implementados em sua gestão, como o Centro de Referência da Mulher Vítima de Violência, criado em 2005, e secretarias chefiadas por mulheres, além das citadas, como Planejamento, Trabalho e Inclusão Social. Emidio criticou o atual prefeito osasquense por ter “desativado” o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.

Problema crônico

O candidato Dateninha prometeu que, no dia 1° de janeiro, “quando tomar posse”, vai fazer “uma grande auditoria em todas as secretarias”, e que o maior problema do município é a área da Saúde. Afirmou ainda ter “condições de bater na porta do governo do Estado e do presidente da República”, para negociar melhorias para o município.

A candidata do Psol respondeu que não adianta “ir ao gabinete do governador pedir shopping”, e defendeu que recursos devem ser aplicados na limpeza de piscinões e no investimento em saúde.

Ao comentar a questão das enchentes, um problema crônico da cidade em épocas de chuva, Emidio disse que as inundações ocorrem em obras às quais o atual prefeito prefere não dar continuidade por terem sido iniciadas em gestões passadas, o que é “uma pequenez”, segundo o petista. Dr. Lindoso concordou “em gênero, número e grau”.

Assista ao debate em Osasco


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