Laranja com chocolate

Loja de Flávio Bolsonaro recebeu 1.512 depósitos suspeitos em dinheiro

Quebra de sigilo apontou diversas transações em espécie de R$ 3 mil, como forma de evitar o rastreamento das operações

Reprodução
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Segundo o MP-RJ, loja de chocolates funcionava como "conta de passagem" de dinheiro arrecada com esquema da "rachadinha"

São Paulo – O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) recebeu 1.512 depósitos suspeitos entre março de 2015 e dezembro de 2018 na conta da sua loja de chocolates, na Barra da Tijuca, na zona eeste do Rio. As informações são de reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, desta quinta-feira (19), que teve acesso à quebra de sigilo bancário autorizada pela Justiça.

Foram identificados, por exemplo, 63 depósitos de R$ 1,5 mil em dinheiro. Outros 63 de R$ 2 mil, e mais 74 no valor de R$ 3 mil.

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), os “aportes de recursos em espécie na conta bancária da empresa” são desproporcionais ao faturamento. As investigações mostram que sucessivos depósitos de R$ 3 mil foram feitos em um mesmo dia. Esse tipo de operação se repetiu em pelos menos 12 datas diferentes.

As transações em dinheiro também serviriam para evitar que as transações fossem notificadas às autoridades de controle financeiro, que fiscaliza valores acima de R$ 10 mil. Os R$ 3 mil eram o valor mais alto permitido para transações em espécie, no caixa eletrônico, no banco em que os depósitos teriam sido realizados.

Lavagem

Os promotores afirmam que os depósitos coincidem com o período em que o ex-assessor Fabrício Queiroz, atuava como chefe do esquema da “rachadinha”. Funcionários nomeados no gabinete do então deputado estadual repassavam, partes ou a totalidade, dos salários recebidos.

O Ministério Público avalia que a loja de chocolates seria usada como uma “conta de passagem” para lavar o dinheiro arrecadado. Como resultado, os recursos voltariam para Flávio como “lucro” da venda de chocolates.


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