Realinhamento da base

Humberto Costa pede prudência em manifestações e debate de ideias

Líder do governo afirma que país precisa de serenidade para construir caminhos para enfrentar crise econômica e não de brigas entre bancadas. Nas ruas, Frente Brasil Popular teme armação de confrontos

Mídia Ninja

Manifestações previstas para dias 18 e 31 de março, como as deste dia 8, integram agenda anti-golpe da frente

Brasília – O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse que estão sendo feitos esforços para ser realinhada a base aliada do governo no Senado, numa postura de conciliação junto aos senadores de partidos que integram o grupo de apoio ao Executivo na Casa e, principalmente, aos peemedebistas,que cada vez mais levantam suspeitas sobre continuarem ou não fazendo parte do governo.

De acordo com o senador, a coesão da base da presidenta Dilma Rousseff na Casa tem sido avaliada como o que ele chamou de “fator de estabilidade política para o Planalto”, uma vez que tem tido repetidas vitórias na Casa e precisa continuar mostrando sua força. “O que querem os adversários de Dilma é seguir paralisando o Brasil e travar a pauta legislativa, o que consideramos de uma irresponsabilidade atroz. Não vamos permitir que isso aconteça”, enfatizou.

Costa afirmou que esteve esta semana com a presidenta Dilma, afirmou que a presidenta encontra-se forte e motivada para lutar contra qualquer tentativa de golpe ao seu governo, mas acrescentou que todos sabem que o momento é de se buscar a unidade. Ele não citou explicitamente o PMDB, mas deixou clara a importância de se trabalhar no sentido de evitar um afastamento dos integrantes da legenda da base aliada. “É um momento de unidade de ação. Precisamos afinar nossas posições para agir em conjunto contra essa onda golpista em curso no país.”

Violência contra Dilma

Em discurso feito no plenário do Senado ontem (9), Costa pediu serenidade ao país e enfatizou que “é necessário acabarmos com o clima que tomou conta do Brasil e é insuflado por quem tem interesse em manter a secessão, quem deseja derrubar na marra alguém que chegou onde está por decisão das urnas”.

O líder do governo destacou ainda que todos estes fatos são, a seu ver uma violência contra a presidenta Dilma, “e  por extensão, como assistimos com assombro na semana passada, ao presidente Lula, a quem querem impor o absurdo de um impeachment preventivo, a quem querem destruir pelo medo da sua força política. Isto não serve ao país nem ilustra a nossa democracia.”

Costa pediu aos colegas parlamentares para que haja elevação do nível do debate e ampliação do diálogo e do debate de ideias. “Garanto a todos que o governo Dilma não tem o mais remoto interesse em manter o clima de imobilismo em que foi inserido e de onde tenta sair por meio dos caminhos democráticos e de respeito ao contraditório. As guerras, nós nem sabemos muitas vezes como elas começam. Mas sabemos que todas têm fim em torno de uma mesa de negociações”, afirmou.

Sem manifestações domingo

Ele destacou na sua fala, ainda, que “os políticos precisam reagir com trabalho, e não com obstrução, para pôr fim à crise política e destravar o Brasil da paralisia em que esse debate estéril de impeachment e cassação despropositada de direitos constitucionais nos enfiou”.

E lembrou apelo feito recentemente pelo  presidente do PT, Rui Falcão, que pediu que as forças de esquerda, que os partidos políticos que sustentam o governo, bem como as entidades da sociedade civil não aceitem provocações.

“Quero aqui secundar a posição do Rui Falcão, sugerindo a todos aqueles que estão conosco que, no domingo, não se manifestem. Nós temos datas importantes como o dia 18 e o dia 31 de março e não vamos dar pretextos para os que pregam a violência e o ódio, quererem nos acusar desse tipo de ação, desse tipo de atitude”, destacou.

Frente Brasil Popular

A Frente Brasil Popular também divulgou nota ontem (9) em que afirma preocupação com tentativas, das forças de direita, de forçarem confrontos nas manifestações por eles convocadas para o próximo domingo (13). A frente pede por unidade, organização e vigília, e que se evitem provocações:

1. A FBP saúda todas as mulheres que manifestaram-se no dia 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres. A luta pelos direitos das mulheres e a luta pelas liberdades democráticas devem fazer parte do mesmo processo.

2. A FBP reafirma a convocatória para as atividades de 18 e 31 de março. Na próxima semana a FBP divulgará diretrizes detalhadas a respeito.

3. A FBP se solidariza com todas as atividades descentralizadas, convocadas e organizadas consensualmente pelas instâncias da FBP, entre os dias 10 e 18 de março.

4. Há sinais cada vez mais evidentes de que as forças de direita querem forjar confrontos no dia 13 de março. Para evitar as provocações é necessário unidade, organização e vigilância. O povo brasileiro sabe muito bem quem patrocina a violência contra os trabalhadores e contra a democracia.

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