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Novo bloco parlamentar pretende ‘fazer a diferença’ já na eleição da Câmara

PPS, PSB, SDD e PV formalizam aliança para atuar na disputa pela sucessão da mesa diretora, definição dos integrantes de comissões técnicas e também nos futuros arranjos partidários

Gustavo Lima / Câmara dos Deputados

Roberto Freire (ao centro), do PPS, lidera formação de novo bloco parlamentar na Câmara, auto proclamado ‘de esquerda’

Brasília – Na próxima terça-feira (16), um total de 67 deputados do PPS, PSB, SDD e PV promete formalizar a criação de um novo bloco parlamentar no Congresso Nacional, com mais peso na Câmara. Embora o objetivo principal declarado seja trabalhar com independência na apreciação das matérias e votações diversas, os líderes destas legendas deixaram claro que pretendem intensificar a atuação da aliança junto aos estados e municípios, com vistas às eleições de 2016.

Segundo seus principais criadores, o bloco está sendo formalizado agora – em vez de em fevereiro, quando tomam posse os deputados da nova legislatura – por uma questão estratégica: decidir quem receberá o apoio para a presidência da Câmara dos Deputados e definir posição nas articulações para a mesa diretora da Casa. A tendência é o grupo colaborar para eleição do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ).

O SDD desde sempre declarou que votará em Cunha, mas o PSB ainda cogitava, até o anúncio do novo bloco, lançar o deputado Júlio Delgado (MG) para a disputa com Cunha e com Arlindo Chinaglia (SP), candidato do PT. Delgado está tão certo da sua candidatura que chegou, inclusive, a participar de almoço na sede da Frente Parlamentar da Agropecuária na última terça-feira (9), para pedir apoio dos colegas voltados ao agronegócio.

‘Federação’

De acordo com o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), a intenção do grupo é  “começar a aglutinar as forças de ‘esquerda democrática’ do país, de oposição ao governo que aí está.”  Destaca Freire  que “com a institucionalidade a ser criada, de uma federação de partidos, haverá unidade de ação como se um partido só fosse.”

O deputado acrescentou que a proposta é fazer essa unidade valer, além da eleição para as mesas diretoras, para as negociações das comissões técnicas,  as votações dos projetos de lei e principalmente, os arranjos partidários a serem definidos a partir de 2015. Até porque, caso o bloco não se desmobilize até 2016, estes quatro partidos reunidos poderão vir a ter até 3 minutos e 30 segundos de tempo de propaganda no rádio e na televisão nas próximas eleições municipais.

Composição

Já o líder do SDD, deputado Arthur Maia (BA) enfatizou que as quatro legendas unidas terão condições de fazer uma atuação política não só no Congresso como fora dele, pelo tamanho das bancadas. “É um bloco que quer atuar para ter força maior do que os partidos podem fazer individualmente”, colocou. O bloco será formado por 67 deputados federais. A maior parte deles, 34, são do PSB. Enquanto 15 pertencem ao SDD, 10 são do PPS e oito, do PV.

Participaram da reunião que consolidou a formação do grupo os presidentes nacionais do SDD, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força; do PV, José Luiz Penna (SP); do PPS, Roberto Freire (SP); e do PSB, Carlos Siqueira. Além dos líderes de legenda Beto Albuquerque (PPS-RS), Arthur Maia (SDD-BA) e Rubens Bueno (PPS-PR).

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