Brasília – O PSB deu início hoje (5) às conversas com seus integrantes para decidir rumos da legenda para os próximos quatro anos. A princípio, as informações de bastidores são de que, enquanto no Senado a posição dos socialistas é de que seja feita uma oposição independente, de forma a não ficarem como sombra do PSDB – que apoiaram no segundo turno das eleições, na Câmara dos Deputados, a tendência é fazer com que o partido passe a integrar o bloco oposicionista comandado pelos tucanos.

Em duas reuniões separadas, ontem, com as bancadas da Câmara e do Senado, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e o vice-presidente nacional da legenda, o deputado Beto Albuquerque (RS) – que foi candidato a vice na chapa de Marina Silva –, explicaram que o processo, esta semana, é de conversas com os parlamentares. A partir de segunda-feira, passarão a ser ouvidos os presidentes estaduais da legenda. Uma decisão final só será tomada na reunião da executiva nacional, a ser realizada até o final do mês.

“Precisamos ouvir todos para adotar uma posição firme e clara em relação à política social, econômica e desenvolvimentista do país”, destacou Carlos Siqueira, enfatizando: “A intenção do PSB é manter a coerência e os compromissos políticos, ideológicos, programáticos e populares que sempre marcaram a nossa história”.

Segundo o senador Rodrigo Rollemberg, atual líder do partido no Senado e governador eleito do Distrito Federal, é importante que a posição do PSB passe a ser de independência. Embora reiterando que a posição oficial da legenda só será definida após a reunião da executiva nacional, Rollemberg afirmou que a intenção, a seu ver, é desatrelar do PSDB. “Não vamos apoiar o governo, mas também não vamos estar aliados ao PSDB.”

Divisões

De acordo com informações de bastidores, Rollemberg já teria sido sondado por integrantes do PT na tentativa de levar políticos do partido a retomarem o apoio ao governo, rompido no início do ano com a candidatura do ex-governador falecido Eduardo Campos à presidência da República.

Já Beto Albuquerque, líder do PSB na Câmara, defendeu a retomada da posição que vinha sendo defendida pelo partido antes e durante as eleições no primeiro turno, no sentido de apresentar uma opção diferente de fazer política. “Temos de retomar a condição de oposição, de terceira via, fugindo dessa oposição tradicional”, enfatizou.

Os contatos têm sido realizados, além de Rollemberg e Albuquerque, também pelos senadores João Capiberibe (AP), Lídice da Mata (BA), Antônio Carlos Valadares (SE) e pelos senadores eleitos Romário (RJ), Roberto Rocha (MA) e Fernando Bezerra Coelho (PE).