Mobilidade

Padilha defende substituição do BOM pelo Bilhete Único nos ônibus intermunicipais de SP

Em sabatina organizada por meios de comunicação, pré-candidato do PT ao governo do Estado afirma que plano de governo do partido prevê maior integração do transporte público na Grande São Paulo

Alexandre Padilha durante uma das visitas a municípios do interior pela caravana Horizonte Paulista

São Paulo  O pré-candidato a governador de São Paulo pelo PT, Alexandre Padilha, afirmou hoje (6) pela manhã que, caso o partido vença as eleições deste ano, pretende extinguir o Bilhete de Ônibus Metropolitano (BOM), utilizado apenas nas viagens realizadas nos ônibus intermunicipais da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), e substituí-lo pelo Bilhete Único, já utilizado nos ônibus municipais de São Paulo, nos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e no Metrô. A proposta foi anunciada durante sabatina organizada pela Folha de S.Paulo em parceria com o SBT e a Rádio Jovem Pan.

“O que vamos fazer em primeiro lugar é criar o Bilhete Único Integrado, que vai unificar a cobrança para as viagens no Metrô, na EMTU e na CPTM”, afirmou, ao ser questionado sobre a política de reajuste das tarifas de um eventual governo petista. “Isso significa aumentar o subsídio à passagem, mas a prioridade é o trabalhador, que precisa do transporte”, completou. Hoje, moradores da região metropolitana de São Paulo têm de carregar até três cartões distintos para pagar o transporte público: um para os ônibus municipais nas idades onde já há cobrança eletrônica; o BOM, para os ônibus e trólebus da EMTU; e o Bilhete Único para trem, metrô e ônibus municipais na capital. Cada bilhete eletrônico possui postos de recarga distintos e cadastros diferentes para gratuidade e vale transporte.

Com a ideia, Padilha retoma proposta defendida há uma década pela ex-prefeita Marta Suplicy (PT), cujo governo criou o Bilhete Único, e uma das principais linhas de discurso do atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), para a campanha eleitoral de 2012. À época, a proposta apresentada pelo partido de criar o Bilhete Único Mensal foi decisiva para que o petista disputasse o segundo turno no lugar de Celso Russomano (PRB), cujo projeto para a mobilidade era fracionar a cobrança de acordo com a quilometragem rodada pelo passageiro. O PT aponta, ainda, que deve tentar dialogar com simpatizantes dos movimentos de rua de junho de 2013 em suas propostas para a mobilidade urbana nas eleições deste ano.

Padilha, que atualmente coordena as caravanas Horizonte Paulista, por meio das quais o PT busca construir o plano de governo, afirmou, ainda, que o governo petista buscará expandir o metrô para fora da capital. “O próprio nome, metrô, vem de metropolitano. E precisamos fazer com que seja mesmo metropolitano, levando as estações a outras cidades da grande São Paulo”, disse. De acordo com Padilha, os recursos para acelerar a expansão da malha ferroviária virão de convênios com o governo federal e de parcerias público-privadas (PPP), nos moldes do que já ocorre nas linhas em construção. “O problema, hoje, é que o ritmo é muito lento. O que garante que as obras possam ser mais rápidas é a fiscalização, a cobrança e o acompanhamento de perto dos resultados”, ponderou.

Durante a entrevista, Padilha criticou a gestão da água no estado e ressaltou que o racionamento já está acontecendo. “Campinas está recebendo menos água desde dezembro, Guarulhos, desde fevereiro, assim como bairros de Osasco e regiões da cidade de São Paulo. Isso já é racionamento, mas falta transparência do governador para tratar desse assunto”, apontou. “Só ano passado, a Sabesp lucrou R$ 2 bilhões. Se esse dinheiro fosse investido na rede de distribuição de água, não estaríamos nessa situação”, completou. Sobre segurança pública, o petista destacou a necessidade de cortar o crime organizado pela raiz. “Se você quer imobilizar o crime organizado, precisa cuidar melhor das divisas do Estado, por meio de parcerias com a Polícia Federal, e ir atrás do financiamento do crime, dos locais por onde passa o dinheiro do crime”, defendeu.

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