Inauguração

‘Não fui eleita para construir muquifos para o povo brasileiro’, diz Dilma

Em cerimônia em São Bernardo do Campo, presidenta diz que tem de oferecer o melhor à população e afirma que Mais Médicos pretende humanizar o tratamento de saúde pelo SUS

Roberto Stuckert Filho/PR

Segundo o ministro Alexandre Padilha, melhoras,nos últimos anos, da rede de saúde em São Bernardo foram enormes

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (13) que aprendeu uma lição com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que não foi eleita para construir ‘muquifos’ para o povo brasileiro. A declaração foi dada durante inauguração do Hospital das Clínicas José de Alencar, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

“Cheguei a uma conclusão, de uma lição que aprendemos com Lula. Ele dizia que não tinha sido eleito para construir muquifo para o povo brasileiro, para fazer algo ruim. Eu também não. Nós fomos eleitos para buscar para o povo aquilo que há de melhor, seja no Minha Casa, Minha Vida, onde buscamos a melhor qualidade de casa, seja no Pronatec, que é a melhor formação técnica profissional que tem no Brasil, seja nas universidades.”

Depois de visitar o hospital, Dilma afirmou que ficou impressionada com a infraestrutura do prédio, principalmente com a “qualidade dos detalhes”, como janelas nos leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e as salas de esperas para familiares dos doentes. A presidenta afirmou ainda que, em se tratando da área de saúde pública, fazer empreendimentos sociais que não sejam “muquifos” é essencial. “No caso da saúde é ainda mais sério. A questão é a humanização do tratamento de saúde no Brasil. Conseguimos criar um melhor modelo de atenção à saúde básica, que é o Serviço Único de Saúde, o SUS, que é público, gratuito e universal. Ele tem de ser de qualidade.”

O programa Mais Médicos, do governo federal, foi citado por ela como uma tentativa de melhorar a qualidade de funcionamento e atendimento do SUS. “É um desafio que fazemos com o Mais Médicos, de assegurar que o SUS tenha primeiro foco na pessoa humana.”

Não é mercadoria

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que quando ainda era ministro das Relações Institucionais, no governo Lula, a rede de saúde de São Bernardo do Campo era muito precária, e que hoje foi possível “realizar o desejo de Lula e Dilma na saúde”. “Antes nem o Samu funcionava aqui. Estes anos que se passaram foi o período para a gente aliar e aproximar o desejo de Dilma e Lula na saúde com aquilo que era a necessidade de São Bernardo do Campo. Não só fizemos hospital, como reformamos unidades básicas de saúde, construímos novas, e mais unidades de pronto atendimento 24 horas.”

Quando mencionou a superação do modelo de remuneração pela tabela SUS, Padilha afirmou que a saúde não é mercadoria. “Diminuímos a dor de cabeça de superar a tabela SUS. A tabela SUS trata a saúde como se fosse supermercado, que tem o preço do arroz, do leite. Só que a saúde não pode ser visto como mercadoria em supermercado, saúde é cuidar da vida das pessoas, de quem precisa. Além de pagar hospital por tipo de cirurgia que faz, agora damos recurso de acordo com a qualidade do hospital.”

No início do mês foi assinada portaria pelo ministro que libera R$ 68,3 milhões às Santas Casas e hospitais filantrópicos de São Paulo, sendo R$ 17 milhões entregues de imediato para os Fundos Municipais de Saúde. Os outros R$ 51,2 milhões serão repassados a partir deste mês, em 12 parcelas.

Os valores correspondem ao reajuste de 50% nos valores da tabela SUS para procedimentos médicos de média e alta complexidade, como exames e cirurgias. A medida beneficiará 29 hospitais de 27 municípios paulistas.

O hospital inaugurado hoje terá inicialmente 70 leitos e seis salas cirúrgicas, para procedimentos de neurologia, traumatologia e ortopedia.

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