Ônibus

Presidente da EMTU não esclarece dúvidas sobre redução de tarifa e Bilhete Único

Em depoimento à Assembleia Legislativa paulista, Joaquim Lopes diz que integração de tarifas está em estudo, quase uma década após implementação de sistema municipal, e que ainda não há prazos

José Luís da Conceição/Governo SP

A EMTU entende que é difícil chegar a acordo com as empresas para viabilizar redução de tarifa

São Paulo – O diretor-presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), Joaquim Lopes da Silva Júnior, disse hoje (17), em depoimento à Comissão de Transportes e Comunicações da Assembleia Legislativa de São Paulo, que não houve revogação total do aumento das tarifas da empresa, após as manifestações de junho, devido ao modelo de gestão. “Diferentemente do sistema metro-ferroviário, temos contratos com empresas. Ia desequilibrar os contratos e eu responderia por esses contratos”, justificou.

Após os protestos, metrô e ônibus municipais tiveram o aumento de R$ 0,20 revogados pelo governo de São Paulo e pela prefeitura da capital, em 19 de junho. Uma semana depois, a EMTU anunciou que reduziria as tarifas, mas o valor do corte foi, em média, de R$ 0,15.

No depoimento, Silva Júnior também não esclareceu por que o governo de São Paulo não injeta recursos na EMTU, que é sustentada exclusivamente pelo usuário, ao contrário dos ônibus municipais, que contam com subsídios.

Ele foi questionado também, pela oposição, sobre o Bilhete Único, ainda não implementado na região metropolitana de São Paulo entre os sistemas em operação. “O usuário tem de pagar duas vezes, a tarifa municipal e a intermunicipal, esta com um preço ainda mais caro”, disse o deputado Alencar Santana, autor do requerimento do convite ao dirigente.

À RBA, Silva Júnior disse que faltou tempo para discutir o tema na comissão. “Hoje não deu, o tempo é escasso. Mas já tem o modelo, temos contas já feitas, um sistema modelado, simulado”. Segundo ele, as simulações mostram cenários de integração entre os ônibus do próprio sistema da EMTU entre si e também com o sistema metro-ferroviário.

O presidente da EMTU afirma que está discutindo com as empresas como viabilizar o Bilhete Único, implementado na capital há quase dez anos, em 2004, durante a gestão de Marta Suplicy (PT). “Antes de qualquer anúncio, tem de negociar.” Ele diz que não há prazo para que esses estudos e conversas se concretizem na instituição do bilhete único na EMTU. “Acabamos esse estudo agora, em junho de 2013, é muito recente”, explica Silva Júnior.

A Região Metropolitana de São Paulo tem 588 linhas da EMTU nos seus 39 municípios, com trechos, custos e preços diferentes. Na Região Metropolitana de São Paulo, as tarifas variam de R$ 2,25 a R$ 5,50. No estado de São Paulo, são 5 contratos de concessão e quatro regiões metropolitanas em que a EMTU atua: São Paulo, Santos, Campinas, Vale do Paraíba e litoral norte.

Finanças

A reunião da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembleia tinha na pauta deliberar sobre o calendário de audiências públicas para debater o orçamento de 2014.

A bancada do PT pediu vistas desse item. O petista Hamilton Pereira, titular do colegiado, propôs um acordo para que as audiências públicas realizadas para elaborar o orçamento do próximo ano sejam acatadas pela comissão. Representando a bancada de apoio ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que não aceita sugestões da população nesta seara, o deputado Vitor Sapienza ponderou: “Não vamos partir para uma linha de tentar tudo, pois o cobertor é curto”.

Para Beth Sahão (PT), levar as audiências públicas ao interior e região metropolitana cria expectativas na população e não acatá-las frustra essas expectativas. Sapienza diz que “não se podem criar falsas expectativas”. Para ele, é preciso incorporar apenas parte delas.

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