Batalha digital

Ativista vê grupo de hackers próximo a pauta conservadora

Marcelo Branco argumenta também que é preciso ficar atento à atuação dos meios de comunicação de massa na divulgação de pautas mais ligadas às ideias de direita

senovan/cc

A máscara dos quadrinhos V de Vingança começou sendo usada pelo Anonymous, mas acabou massificada

São Paulo – Conhecido por sua militância no campo digital, um grupo de hackers que se outorgou no Brasil o direito à bandeira internacional Anonymous tem se associado a pautas conservadoras. Enquanto a maior parte da comunidade hacker brasileira conectada à ideia original do Anonymous mantém as diretrizes, alguns outros tem tido uma orientação política desconectada de noções revolucionárias como as propagadas pelo grupo mundial. “Durante a campanha eleitoral de 2010, parecia que o Anonymous era próximo à campanha de José Serra, pelas posições defendidas e a invasão de sites e blogues de esquerda, embora não se possa provar isso”, afirma Branco, que coordenou as redes sociais da campanha de Dilma Rousseff.

No Brasil, segundo ele, há dois grupos que se intitulam Anonymous, mas sem associação com o internacional e com claras diferenças entre si. O ativista afirma que a organização estrangeira cumpre um papel papel importante na militância digital, sendo um dos principais parceiros do Wikileaks, que divulga documentos secretos de governos e corporações. E que produz ações que podem não ser necessariamente legais, mas positivas. “Como o são alguns atos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Não visam a benefício próprio, mas sim à denúncia de atitudes de governos e corporações que sejam prejudiciais à população”, explica.

Marcelo Branco chama atenção para o fato de que os movimentos nas ruas não são conservadores. “Lutar por saúde, educação, contra os gastos da Copa, não são exatamente pautas conservadoras”, considera. E observa que a tentativa de encampar a luta não é de um grupo específico. “Na internet e nos meios de comunicação de massa, tenta-se dar uma conotação conservadora a esse jovens que estão na ruas. Temas como ‘Acorda Brasil’, ‘Brasil Change’, valorização do verde-amarelo, embora não possuam base social nas ruas, é um conteúdo muito próximo do defendido pela direita”, conclui.

Leia também

Últimas notícias