PSDB desmente possibilidade de não ter candidato em São Paulo em 2012

Partido, que tradicionalmente define candidaturas entre quatro paredes, diz que vai realizar prévias porque é diferente do PT, que aderiu à 'caciqueria'

São Paulo – O PSDB emitiu comunicado nesta terça-feira (22) desmentindo a possibilidade de não ter candidato próprio na disputa eleitoral de 2012 na cidade de São Paulo. A nota critica ainda o PT por não ter consultado de maneira direta os filiados na hora de definir pelo lançamento do ministro da Educação, Fernando Haddad, como indicado à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD). O documento é assinado pelos presidentes do diretório paulista, o deputado estadual Pedro Tobias, e municipal, o secretário de Gestão Pública do estado, Julio Semeghini,

“É este partido, que governa ainda quase um terço das prefeituras de São Paulo, que resolveu, por maioria dos votos de sua Executiva, escolher seu representante na disputa para prefeito da capital em 2012 por meio de prévias. Temos absoluta convicção que a prévia eleitoral é o melhor caminho a seguir, pois atende ao requisito básico que motiva nosso partido: a democracia”, diz o comunicado.

A informação é divulgada após notícias nos últimos dias que deram conta de que, diante da inexistência de um quadro expressivo eleitoralmente, o partido poderia abrir mão da candidatura própria ou, na melhor das hipóteses, aproveitar a campanha do próximo ano para lançar as bases da reeleição do governador paulista, Geraldo Alckmin, em 2014. O caminho possível seria apoiar a candidatura do PSD, sigla fundada pelo atual prefeito, Gilberto Kassab, que tampouco definiu o candidato à sucessão e tem defendido falar sobre a questão apenas no próximo ano.

Estão inscritos para as prévias tucanas de março de 2012 os secretários estaduais de Minas e Energia, José Aníbal, de Meio Ambiente, Bruno Covas, e de Cultura, Andrea Matarazzo, além do deputado estadual Roberto Trípoli. O quadro partidário capaz de cancelar a consulta aos filiados é o ex-prefeito e ex-governador José Serra, que, no entanto, tem dito publicamente que não pretende se candidatar. As pesquisas divulgadas nos últimos meses têm dado ao tucano a mais alta rejeição entre os nomes aventados até agora. Em 2004, durante a campanha, Serra havia dito que não deixaria a prefeitura para disputar o governo de São Paulo, promessa que descumpriu dois anos mais tarde.

No comunicado, os tucanos consideraram que os dirigentes partidários que falaram nos bastidores sobre a possibilidade de desistência estão “distantes do pulsar das ruas e desconhecem a força de nossos filiados”. O PSDB, que tem histórico de definir candidatos entre quatro paredes, em jantares integrados por lideranças como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-senador Tasso Jereissatti, o deputado federal Sérgio Guerra e o senador Aécio Neves (MG), ironizou a definição da candidatura do PT, que se deu sem a realização de prévias partidárias.

“Ao contrário do PT, que aderiu à ‘caciqueria’ tão combatida há anos como modelo nefasto incorporado pelos partidos fisiológicos, o PSDB reafirma sua total confiança na decisão de sua militância e compromisso com a coerência de sua história. Estamos convictos da nossa capacidade de enfrentar desafios como este da sucessão à Prefeitura de São Paulo e de vencê-los”, conclui a nota.

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