Em comício, Dilma afirma que acusações são eleitoreiras

Calúnia sempre surge a 15 dias da eleição, diz candidata em Juiz de Fora (MG)

Dilma discursa em comício. Apenas menções indiretas à investida da oposição contra a ex-ministra Erenice Guerra (Foto: Rodolfo Stuckert Filho/Divulgação)

São Paulo – A candidata governista à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), mencionou apenas indiretamente as denúncias contra a ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra na sexta-feira (17). Em comício em Juiz de Fora (MG), ela voltou a chamá-las de calúnias e qualificou o movimento de eleitoreiro.

“Diante da eleição, aqueles que temem perder no voto utilizam calúnias e falsidade… vocês já perceberam que isso sempre acontece 15 dias antes da eleição?”, indagou a candidata a uma plateia de mineiros durante comício em Juiz de Fora.

A presidenciável lembrou a campanha de 2002 quando, segundo ela, a oposição dizia que o Brasil iria parar, que iria ser o caos. Apesar da pregação do temor, o país cresceu “criou 14 milhões” de empregos e foi bem sucedido, na visão de Dilma.

Ela falou sobre as realizações do governo Lula, como os programas Bolsa Família, Universidade para Todos (ProUni) e Luz para Todos, além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“Hoje temos muitos instrumentos [as ações do governo] para combater essa tentativa de criar o medo e a desesperança, porque temos esperança no coração, força pelo que fizemos e fé no futuro”, disse a candidata do PT, ao criticar a oposição. Segundo ela, os seus adversários recorrem a essa estratégia porque estão “perdendo no voto”.

A candidata também lembrou suas raízes mineiras – nasceu no estado – e do seu passado de luta contra a ditadura militar. Ela afirmou ainda que recebeu de Lula a “missão” de cuidar do povo brasileiro.

Lula ataca

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, último a discursar, espezinhou a campanha do candidato a presidente pelo PSDB, José Serra. “Eu estou sabendo que tem gente nervosa e não somos nós”, afirmou. “O Brasil deu tão certo que até eles colocaram a minha cara na televisão como seu eu fosse amigo deles”, prosseguiu o presidente.

“Aqui em Minas Gerais tem gente que gostaria que eu não viesse… se eles têm vergonha dos candidatos deles, eu não tenho vergonha dos meus”, alfinetou o presidente. A menção indiretamente atinge Aécio Neves (PSDB), ex-governador do estado e candidato ao Senado.

Segundo críticos, Aécio não se engaja em apoio a José Serra (PSDB), concorrente ao Palácio do Planalto de seu partido. O mineiro ainda permite a campanha para a chapa chamada de “Dilmasia”, com Dilma a presidente e Antonio Anastasia (PSDB) ao governo de Minas.

Inflamado, Lula chamou o padrão de ação da oposição de “jogo sujo” da “elite política rabugent” do país. Ele voltou a fazer ataques ao DEM, a exemplo do que havia feito na última semana, em comício em Joinville (SC). Desta vez, ele não falou em “extirpar” a legendas nas urnas.

“Precisamos dizer para essa elite política rabugenta, que não aceita a gente governando o país, que nós não vamos fazer o jogo baixo que eles fazem”, avisou. “Todos eles (da direita) são farinha do mesmo saco, desde do tempo do regime militar. Eles todos nasceram do mesmo útero. Eles se chamavam primeiro Arena, depois PDS, PFL, depois passaram a se chamar DEM e daí se juntaram com tucanos”, lembrou.

O presidente também criticou a postura dos senadores durante a votação sobre a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) em 2007 e disse que alguns parlamentares só votaram contra o imposto por “ódio” contra ele. Lula afirmou que os pobres foram os mais afetados, já que o dinheiro era usado para financiar a saúde pública.

Lula lembrou ainda que conta com a rejeição da imprensa convencional.  Na terceira pessoa, exclamou: “Ah, como (a imprensa) inventa coisa contra o Lula. Se eu dependesse deles para ter 80%de aprovação no país, eu teria zero”, afirmou.

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