Venezuela interrompe diálogo para normalizar relação com Estados Unidos

São Paulo – O chanceler venezuelano, Elías Jaua, anunciou nesta quarta-feira (20) a interrupção dos diálogos para normalizar as relações bilaterais com os Estados Unidos, congeladas desde 2010. A decisão do […]

São Paulo – O chanceler venezuelano, Elías Jaua, anunciou nesta quarta-feira (20) a interrupção dos diálogos para normalizar as relações bilaterais com os Estados Unidos, congeladas desde 2010. A decisão do governo da Venezuela é uma resposta às declarações da subsecretária de Estado norte-americana, Roberta Jacobson, que pediu que as eleições de 14 de abril sejam “justas e críveis”.

Para Caracas, tal afirmação dá a entender que o pleito não estava sendo organizado de maneira confiável. “Tomara que haja uma retificação e pare a ingerência dos Estados Unidos”, afirmou Jaua, que também indicou que “as relações consulares e diplomáticas serão mantidas no atual panorama”, sem rompimento completo.

Para o chanceler venezuelano, Washington aposta em uma instabilidade política no país, como consequência da morte do presidente Hugo Chávez, ocorrida em 5 de março. “Na Venezuela não há nenhuma transição, a não ser em direção ao socialismo”, disse. No mesmo dia da morte de Chávez, a Venezuela expulsou dois funcionários norte-americanos de seu território com a justificativa de atividades ilegais.

De acordo com Jaua, o diálogo pela normalização das relações bilaterais foi iniciado em novembro do ano passado, por iniciativa de Jacobson. “Quando entenderem que falam com um povo soberano, então voltem a ligar”, afirmou o chanceler.

O congelamento dos laços entre os países se deu em 2010, depois que a Venezuela recusou a nomeação de Larry Palmer como embaixador dos EUA em Caracas. Na época, Chávez negou a indicação depois que Palmer afirmou que as Forças Armadas venezuelas estavam com o “moral baixo” e que guerrilhas colombianas poderiam estar se abrigando no país. Em retaliação, Barack Obama suspendeu o visto do embaixador da Venezuela.