WikiLeaks x EUA

Decisão sobre extradição de Julian Assange será anunciada nesta sexta-feira

Tribunal de Londres vai se pronunciar sobre recurso apresentado pelos Estados Unidos contra decisão de janeiro que negou a extradição do ativista

Reprodução/Youtiue
Reprodução/Youtiue
Assange foi preso na embaixada do Equador em Londres a pedido dos EUA e por traição de equatoriano Lenín Moreno

São Paulo – O Tribunal de Apelação de Londres deve se pronunciar nesta sexta-feira (10) pela manhã (horário de Brasília) sobre recurso apresentado pelos Estados Unidos contra decisão que, em janeiro, negou a extradição do ativista Julian Assange. Washington quer julgar em seu solo o fundador do Wikileaks por vazamentos em massa de documentos comprometedores do governo norte-americano.

O anúncio da decisão foi feito pela Alta Corte de Londres nesta quinta-feira (9). A informação foi divulgada pela agência AFP. Caso os EUA vençam a disputa, a decisão de negar a extradição do ativista digital será anulada e novo julgamento deve ser marcado, segundo a agência.

Assange está preso desde maio de 2019 na Inglaterra, quando foi retirado à força da embaixada do Equador em Londres e entregue à justiça britânica pelo presidente equatoriano, Lenín Moreno.

Risco de suicídio

Na decisão que os EUA tentam derrubar, a juíza Vanessa Baraitser, do tribunal criminal de Old Bailey (Londres), afirmou que Assange corria risco de suicídio, caso fosse processado nos Estados Unidos. A magistrada, porém, recusou os argumentos dos advogados do ativista de que as acusações contra ele tinham “motivação política” e que, se fosse extraditado, não teria um julgamento justo.

Assange foi preso por pedido do governo dos Estados Unidos, que desde então pressiona política e juridicamente pela sua extradição. A prisão dentro da própria embaixada só foi possível porque o então presidente do Equador, o direitista Lenin Moreno, revogou o asilo político que vigorava desde 2012. Na ocasião, o antecessor de Moreno, Rafael Correa, afirmou que o presidente equatoriano “revelou ao mundo sua miséria humana entregando Julian Assange à polícia britânica”.

Edward Snowden: “Fale! Não porque é seguro, mas porque é certo”

Lenín Moreno: “traidor da história”

Na época, o sociólogo Laurindo Lalo Leal Filho disse à RBA que Lenín Moreno teve o pior papel no episódio, pois agiu como “traidor da história”, ao trair o ex-presidente Corrêa como serviçal dos Estados Unidos.

O sociólogo e professor da Universidade Federal do ABC Sérgio Amadeu opinou, na ocasião, que a prisão era uma afronta a tratados internacionais e ao posicionamento das Nações Unidas, que consideram Assange perseguido por ter denunciado operações contra a humanidade por parte do governo norte-americano. 

Assange foi preso por disseminar a verdade em massa