Líder do PSOE

Socialista Pedro Sánchez é reconduzido ao governo espanhol após acordo com catalães

“Sánchez demonstra, mais uma vez, a sua capacidade de renascer das cinzas e forjar grandes alianças para voltar a liderar o Executivo”, diz repórter da Euronews

Reprodução/Twitter
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Sánchez discursa no Parlamnento espanhol antes de ser reconduzido ao cargo de primeiro ministro

São Paulo – O socialista Pedro Sánchez foi reconduzido ao cargo de primeiro-ministro (presidente do Governo) da Espanha nesta quinta-feira, depois de dificuldades e negociações polêmicas. Líder do Partido Socialista Operário Espanhol, ele se valeu da conhecida habilidade política para alcançar 179 votos por sua permanência (ou recondução). Dos parlamentares, 171 votaram contra. São necessários 176 votos para obter a maioria na Cámara Baja (Câmara de Deputados) do país.

Ele chegou à maioria depois de fazer um acordo com partidos separatistas catalães, Bloco Nacionalista Galego (BNG) e Juntos pela Catalunha (JxCat). Pela negociação, lideranças envolvidas no movimento separatista da Catalunha devem ser anistiadas.

O adversário de Sánchez, Alberto Nuñez Feijoó, é líder do direitista Partido Popular, que se aliou ao Vox, de extrema direita, para tentar a maioria. Agora, essa aliança da direita está chamando a população para protestar nas ruas contra a aliança de Sánchez com os catalães.

No discurso antes de ser reconduzido, disse que a Espanha “será melhor se procurarmos uma vida melhor para todos, se nos sentirmos ligados à sorte dos outros”. Foi muito aplaudido.

Acordo com catalães é polêmico

O acordo com os separatistas da Catalunha é polêmico e rejeitado por grande parte da população espanhola. “O governo de Sánchez já nasce com uma espada de Dâmocles na cabeça. Os independentistas catalães já avisaram que o deixarão cair se ele não cumprir a sua palavra de trazer Carles Puigdemont e outros ativistas catalães de volta a Espanha. Não será fácil, mas se há algo que Pedro Sánchez provou ao longo dos anos é a sua capacidade de cair de pé”, comenta o repórter da Euronews em Madrid, Jaime Velázquez.

Carles Puigdemont, líder do Juntos pela Catalunha, está exilado na Bélgica desde o referendo separatista em 2017. A tentativa de uma declaração unilateral de independência da região fracassou.

Segundo o jornalista, “Sánchez demonstra, mais uma vez, a sua capacidade de renascer das cinzas e forjar grandes alianças para voltar a liderar o Executivo”. Ele diz ainda que “o pacto com os separatistas catalães e o protesto nas ruas sobre a futura lei de anistia antecipam uma legislatura extremamente complicada”.

Em julho, nas eleições gerais, a direita e extrema direita estavam certas de que conseguiriam maioria suficiente no Parlamento para governar o país. Mas os partidos de direita e extrema direita não obtiveram vitória suficiente e, portanto, maioria para governar (leia aqui).

Sánchez apoia Sergio Massa na Argentina

Esta semana, Pedro Sánchez declarou explicitamente apoio ao candidato peronista Sergio Massa à presidência da Argentina, nas eleições do próximo domingo (19). Em vídeo enviado a Massa, ele afirmou que “diante da estridência, Sergio Massa representa a tolerância e o diálogo”. O candidato governista enfrenta o candidato da extrema-direita Javier Milei.

“Sergio Massa representa o compromisso com a convivência democrática, com a harmonia; e oferece um projeto de unidade, solidariedade, com oportunidades para todos”, disse o presidente do Governo espanhol.


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