"tsunami de direita"

Chefe do governo da Espanha anuncia dissolução do parlamento e antecipação de eleições

Anúncio vem após dura derrota do socialista PSOE nas eleições regionais neste domingo para o PP, de direita, em alianças com a extrema direita, em quase todas as regiões do país

Reprodução/Twitter
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Com semblante carregado, presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, anuncia dissolução do Parlamento

São Paulo – Com larga derrota do Partido Socialista Obreiro Espanhol (Psoe) nas eleições regionais realizadas no domingo (28), o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira (29) que vai dissolver o Parlamento e convocar novas eleições gerais. A legenda de Sánchez perdeu o controle de do país.

O Psoe foi derrotado para o Partido Popular (PP, de direita), em alianças com a extrema direita, em quase todas as regiões do país, incluindo a de Madri. E o governo de sete das 10 maiores cidades. A oposição conquistou maioria absoluta em Madrid e La Rioja. Com esse “tsunami de direita”, como alguns socialistas classificam o resultado eleitoral na Espanha, eles perderam o comando ainda de Barcelona e Sevilha, para o PP e o Vox, este de extrema direita.

“Noite eleitoral dramática para o PSOE e reação drástica e rápida de Pedro Sánchez na manhã seguinte”, descreve o jornal espanhol El País. “Sánchez, acostumado a decisões arriscadas ao longo de sua carreira, optou pela mais perigosa de todas, mas também a única que ninguém esperava na noite das eleições”, escreveu o articulista do jornal Carlos E. Cue.

Segundo ele, “o presidente coloca assim os eleitores, sobretudo os progressistas, na posição de terem de decidir quase imediatamente se querem consolidar o resultado das eleições regionais e municipais, que entregam quase todo o poder ao PP e ao Vox”.

Eleições em julho

Segundo Sánchez, serão convocadas novas eleições para que “o povo espanhol tome a palavra para decidir o rumo político do país”. Ele anunciou a dissolução do Parlamento e a antecipação das eleições legislativas nacionais – antes previstas para dezembro – para 23 de julho.

“Assumo a responsabilidade pessoal pelos resultados e acredito que é necessário responder e submeter nosso mandato democrático à vontade popular”, afirmou o chefe de governo. “Só há um método infalível para tirar estas dúvidas: a democracia. Creio que o melhor é que os espanhóis tomem a palavra para decidir o rumo do país.”