Guinada

Saída da crise não é rápida, diz presidente eleito de Portugal

O conservador Marcelo Rebelo de Sousa, do PSD, obteve 52% dos votos e venceu no primeiro turno

arquivo pessoal / facebook

Marcelo Rebelo de Sousa prepara-se para seu primeiro discurso como presidente eleito de Portugal: caminho difícil

São Paulo – Professor de Direito e comentarista de televisão, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa, do PSD, 67 anos, venceu as eleições para a presidência de Portugal, realizadas ontem (24). Ele obteve 52% dos votos (pouco mais de 2,4 milhões) e foi eleito já em primeiro turno, bem à frente do ex-reitor da Universidade de Lisboa Sampaio da Nóvoa (22,89%), independente, mas com apoio de socialistas. Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, teve 10,13%, a socialista Maria de Belém Roseira ficou com 4,24% dos votos e o comunista Edgar Silva, com 3,95%.

Ex-presidente do partido de maior bancada no Parlamento, Rebelo de Sousa, ou “professor Marcelo”, como também é conhecido, teve ainda o apoio do PP, de direita. Dez candidatos concorreram, um número inédito nas eleições presidenciais portuguesas.

Para o candidato eleito, a crise econômica levou a uma radicalização, e é preciso buscar o equilíbrio. “Tenho dado os alertas de que a saída da crise não é rápida nem homogênea, ou invertemos a tendência de empobrecimento ou teremos mais radicalismo e tensões sociais”, diz Rebelo de Sousa, segundo o jornal Público.

O discurso de vitória foi conciliador – o presidente eleito disse que estará “fazendo pontes, cicatrizando feridas, aproximando posições”. “Em um país como o nosso, saindo de uma crise econômica e social profunda, não se pode dar ao luxo de desperdiçar energias e alimentar divergências desnecessárias e contraproducentes.” Segundo ele, os próximos cinco anos serão de “um tempo de recuperação”.

Também em discurso, Sampaio da Nóvoa disse que quer “contribui para esta união em torno do novo presidente da República, sem reticências e com uma profunda convicção democrática”. Ele destacou o fato de, pela primeira vez, uma candidatura independente superou os 20%, com mais de 1 milhão de votos, “dando um sinal forte de maturidade da nossa democracia”. Sobre a relação com o primeiro-ministro, António Costa, socialista, ele disse que não tinha “o mínimo reparo a fazer” e que seu comportamento foi “exemplar”.

Assista ao primeiro discurso de Marcelo como presidente eleito de Portugal: