São Paulo – A revista norte-americana Time apresenta, nesta quinta-feira (29), uma lista de 100 personalidades mais influentes do mundo, divididos em quatro categorias. Entre os líderes mundiais, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva é dono da primeira posição na lista.

Lula aparece na frente do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (quarto colocado na lista), do primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama (sexto) e do diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Khan (sétimo). O segundo colocado é J.T. Wang, presidente da fabricante de computadores Acer, seguido pelo militar Michael Mullen.

Além dos líderes, há uma relação de heróis, artistas e pensadores (thinkers, no original). O ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, aparece em primeiro entre os heróis. A cantora Lady Gaga é a primeira entre as artistas, enquanto a arquiteta iraquiana Zaha Hadid está colocada como a mais influente entre pensadores.

Cada um dos 100 tem um perfil publicado. O de Lula é assinado pelo cineasta Michael Moore, que usa boa parte do espaço para criticar o sistema político dos Estados Unidos. Ele lembra que Lula é “um filho genuíno da classe trabalhadora da América Latina” e que foi visto pela elite com restrições depois da primeira eleição.

“Quando os brasileiros elegeram pela primeira Luiz Inácio Lula da Silva presidente em 2002, os barões do roubo no país checaram de forma nervosa quanto combustível tinham em seus jatos particulares”, escreveu o cineasta.

Moore exalta a história de vida de Lula e lembra que o presidente ficou viúvo de sua primeira mulher, quando ela morreu no oitavo mês de gestação de um filho do casal. O cineasta cita ainda o Fome Zero como uma das principais realizações do governo do petista, programa incluído no Bolsa Família.

“O que Lula quer para o Brasil é o que costumávamos chamar de ‘sonho americano’. Nós, nos Estados Unidos, por outro lado, onde o 1% mais rico agora detém mais riqueza financeira do que os 95% de baixo, estamos vivendo numa sociedade que se parece cada vez mais com o Brasil”, compara.

Em 2008 e 2009, Lula não foi mencionado. No ano passado, Obama aparecia em vigésimo. Nicolas Sarkozy, presidente francês, e Angela Merkel, primeira-ministra alemã, integrantes no ano passado, não são listados nesta edição.

A ex-governadora do Alasca, a republicana Sarah Palin (9ª), e o colunista da ultraconservadora rede de TV Fox News Glenn Beck (12º) estão também entre os 25 líderes mais importantes. Quem escreve o perfil do jornalista é a própria Palin.

Outros líderes mundiais, como o primeiro-ministro indiano Manmohan Singh, e o líder da oposição iraniana, Hossein Mousavi, também integram a relação (clique aqui para a lista completa).

Critérios

A definição de crítérios para escolher os integrantes da lista envolve o “poder de influência”. Isso inclui “ideias e ações que estão revolucionando seus campos e transformando vidas”. Nesse sentido, a publicação destaca, por exemplo, Matt Berg, ativista da ONG ChildCount+, que mobiliza pessoas na África por meio de mensagens de texto por celular. A entidade acompanha 100 mil crianças e usa a comunicação para melhorar o fluxo de informações sobre doenças e subnutrição, entre outras questões.