Rebelião em penitenciária venezuelana deixa dezenas de mortos, diz agência

De acordo com a ministra para Assuntos Penitenciários, meios locais noticiaram de má fé uma revista surpresa programada

São Paulo – Uma rebelião no Centro Penitenciário Centrooccidental (Uribana), na cidade de Barquisimeto, Estado de Lara, teria deixado ontem (25) pelo menos 50 mortos e 90 feridos, de acordo com meios locais, que citaram fontes do hospital Central de Barquisimeto. O local foi ocupado militarmente para controlar o acesso e para dar segurança aos réus que estão sendo atendidos.

De acordo com a ministra para Assuntos Penitenciários, Iria Varela, uma revista surpresa estava programada para a manhã de hoje (26), porém, meios de comunicação do país noticiaram a ação oficial, o que, segundo ela, desencadeou a revolta. “Fomos surpreendidos pelo anúncio da revista por parte do canal privado Globovisión, as redes sociais e a página web do diário El Impulso, o que sem dúvida alguma constitui em um detonante para a violência e que se evidencia com o início, horas depois, do motim no interior do centro penitenciário”, afirmou Varela em comunicado. Falando a partir do Estado de Táchira, ela negou que estivesse em Barquisimeto, como afirmaram alguns meios.

 

Entre os mortos, estão um guarda nacional e dois pastores evangélicos. É possível que a cifra de mortos aumente, devido à extensão da violência dentro da penitenciária. Hoje, mais de 20 ambulâncias faziam o trajeto até o hospital da capital de Lara. “Uma vez que tenhamos o controle absoluto das instalações do Centro Penitenciário de Uribana passaremos a confirmar as causas do ocorrido, o saldo de pessoas afetadas para oferecer um informe detalhado, objetivo e verdadeiro”, continua o comunicado da ministra.

 

“Às 20h (22h30 em Brasília) tínhamos uma cifra de 90 feridos, a maior parte por arma de fogo, com uma cifra verdadeiramente alarmante de 50 mortos ao menos, que repousam no hospital”, afirmou o diretor do local à AFP, Ruy Medina. Por sua parte, a Agência Efe divulgou mais cedo uma entrevista com o diretor do OVP (Observatório Venezuelano de Prisões), Humberto Prado, que contou serem 25 os mortos. 

Críticas

O governador de Lara, onde está localizado o centro penitenciário, é Henri Falcón, da oposição. Ele ainda não se manifestou sobre o ocorrido. Já o governador do Estado de Miranda e ex-rival do presidente Hugo Chávez na eleição presidencial, Henrique Capriles, criticou as autoridades do país por meio de sua conta no Twitter. “São necessários quantos mortos nas cadeias para que o governo assuma seu fracasso e faça mudanças?”, perguntou.

O ex-presidenciável afirmou que as autoridades são incapazes de dar segurança em uma penitenciária e nas ruas. “As cadeias do nosso país são um exemplo da incapacidade do governo e de seus dirigentes, nunca solucionaram o problema.”

* Com informações do El Universal e da Globovisión