Putin diz a Obama para pensar em vítimas de possível confronto na Síria

tensão

EFE/Alexey Nikolsky-Ria Novosti Kremlin pool

O presidente russo, Vladimir Putin, alerta EUA a buscar alternativas diplomáticas para conflito na Síria

Moscou – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu neste sábado ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que, como Prêmio Nobel da Paz, pense nas vítimas de um possível ataque à Síria. “Me dirigiria a Obama como Prêmio Nobel da Paz: antes de usar a força na Síria, é preciso pensar nas futuras vítimas”, disse o líder russo, citado por agências de notícias de seu país.

O líder do Kremlin afirmou a Obama, que ontem garantiu não ter decidido sobre uma intervenção militar na Síria, que pense “muito bem antes de tomar a decisão” e lembrou que outras ações militares iniciadas pelos Estados Unidos não trouxeram a paz aos países que sofreram intervenções.

“Por acaso foi resolvido um só problema em Afeganistão, Iraque e Líbia? Porque lá não há nem paz nem democracia, como supostamente pretendiam nossos parceiros, não há nem uma paz civil elementar nem equilíbrio”, advertiu Putin em um pronunciamento à imprensa na cidade de Vladivostok.

“Nos próprios Estados Unidos, (…) a maioria dos analistas consideram que a ação contra o Iraque foi um equívoco. E se levarmos em conta que houve erros no passado, por que agora achamos que isso será infalível”, questionou.

Putin também perguntou, em alusão à intenção dos EUA de intervir na Síria sem a chancela da ONU, se responde aos interesses americanos “destroçar mais uma vez o sistema de segurança internacional, as bases fundamentais do direito internacional”.

“Por acaso reforçará assim o prestígio internacional dos EUA? Duvido. Algo é preciso ser feito, é óbvio”, mas atacar o país “pode levar a consequências absolutamente opostas às esperadas”, disse.

Putin explicou que não fala com Obama há dias, e lembrou que os EUA tinham se comprometido na recente cúpula do G8 (Grupo dos Oito países mais desenvolvidos) na Irlanda do Norte a promover a convocação de uma conferência de paz para a Síria em Genebra e a convencer a a oposição síria a comparecer a essa reunião internacional.