sangue na marca

Puma não resiste a campanha mundial e retira patrocínio do futebol de Israel

Alvo de uma campanha mundial desde 2018, a marca alemã Puma deixa de fornecer uniformes para a seleção de futebol israelense. A empresa nega, mas ativistas afirmam que a pressão aumentou com a matança de mais de 18 mil palestinos na Faixa de Gaza desde o início de outubro

Reprodução/Youtube
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A marca alemã Puma fornecia uniformes para a seleção de futebol israelense

São Paulo – Alvo de uma campanha mundial desde 2018, a marca alemã Puma, fornecedora de uniformes da seleção de futebol de Israel, não resistiu à pressão e retirou o patrocínio. Lideranças do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), que pressiona o governo israelense a desocupar os territórios palestinos invadidos, disseram que os protestos, que ficaram mais fortes com o massacre de mais de 18 mil palestinos na Faixa de Gaza, desde o início de outubro, surtiu efeito.

O anúncio do fim da parceria com o futebol israelense foi feito nessa terça-feira (12). Mas a empresa de material esportivo nega que o rompimento tenha relação com os ataques. Alega que a decisão já havia sido tomada há um ano e que não teria a ver com o cenário geopolítico do país.

Segundo a Campanha Palestina para o Boicote Acadêmico e Cultural de Israel (PACBI), fundadora do movimento BDS, mensagens internas que vazaram revelaram que a Puma estava sob enorme pressão para desistir do contrato. Pesava contra a empresa alemã o fato de dezenas de jogares de futebol estarem entre os mais de 18 mil mortos pelas forças israelenses, que reagiram a um ataque do Hamas.

Cumplicidade tem consequências, diz trecho de comunicado sobre a Puma

Segundo comunicado da campanha BDS, os danos à imagem da Puma devem ser uma lição para todas as empresas “que apoiam o apartheid israelense”. “A cumplicidade tem consequências. Também é uma lição para a profundamente cúmplice FIFA, dominada pelo Ocidente, que continua a proteger Israel da responsabilidade, apesar de as equipes de assentamento violarem seus próprios estatutos”, diz ainda outro trecho.

“Agradecemos às centenas de grupos de solidariedade de base, atletas e equipes de todo o mundo que apoiaram o apelo de 215 equipes palestinas para boicotar a Puma”, declarou em comunicado a Campanha.

Para lideranças da campanha, essa vitória do boicote, porém, é uma vitória “agridoce”, já que “a limpeza étnica dos palestinos por parte de Israel continua”. E traz “esperança e determinação para responsabilizar todos os facilitadores de genocídio e apoiadores do apartheid até que todos os palestinos possam viver em liberdade, justiça e igualdade.

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