Protesto em Madri responsabiliza governo por onda de suicídios em função de despejos

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A manifestação foi realizada em frente à estatal responsável pela desapropriação de imóveis

São Paulo – Amparo (o sobrenome está sob sigilo da Justiça) recebeu na semana passada uma carta do governo da Espanha comunicando que ela seria despejada de sua casa. Sob pressão, a espanhola, mãe de seis filhos, moradora de Madri, se suicidou. O episódio causou indignação em bairros populares ao redor do país. Até que, hoje (18), dezenas de pessoas resolveram protestar na cidade contra a onda de suicídios provocada pelos despejos em massa do governo.

Dezenas de pessoas pediram o fim da política de despejos do governo espanhol
A manifestação aconteceu na frente da EMVS (sigla em espanhol para Empresa Municipal de Moradia e Solo), estatal responsável por desapropriar imóveis de pessoas em débito financeiro. “Não são suicídios. São assassinatos”, bradaram os manifestantes, que acenderam velas e fizeram um minuto de silêncio em homenagem à Amparo.

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Segundo informações da agência Telesur, Amparo devia ao sistema financeiro apenas 900 euros. Ela chegou a negociar a dívida com a EMVS por alguma vezes, mas teve sua demanda negada. O desfecho final foi o comunicado da estatal notificando para esta semana a data do despejo. “Essas (os protestos) são as nossas armas e não toleramos nenhum outro despejo”, afirmou a jornalista Ana Botella, que representou o grupo Indignados no protesto.

Segundo a imprensa local, Amparo vivia com o marido, três filhos – ainda menores de idade – e dois netos. Todos sob sua responsabilidade. Até o momento, não há uma posição oficial do governo espanhol sobre o caso.