Projeto de casamento homossexual provoca crise política no Chile
Santiago – Três senadores apresentaram, nesta terça-feira (3), um projeto ao Congresso do Chile que permitiria o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que levantou poeira no Legislativo e […]
Publicado 03/08/2010 - 17h08
Santiago – Três senadores apresentaram, nesta terça-feira (3), um projeto ao Congresso do Chile que permitiria o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que levantou poeira no Legislativo e uma nova fissura no desgastado bloco opositor de centro-esquerda Concertación.
Com a iniciativa, os senadores da oposição Fulvio Rossi, Guido Girardi e Alejandro Navarro tentam repetir o que aconteceu na Argentina depois da recente legalização dos casamentos entre homossexuais.
>> Casais homoafetivos estrangeiros querem se casar na Argentina
>> Deputados argentinos aprovam casamento entre pessoas do mesmo sexo
>> Dois casamentos marcam a vigência da lei de união homossexual na Argentina
>> Cristina Kirchner sanciona lei que autoriza casamento entre pessoas do mesmo sexo
>> Senado argentino aprova casamento entre pessoas do mesmo sexo
>> Entidades brasileiras comemoram a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Argentina
>> Em pauta desde 1995, casamento homoafetivo está distante de votação no Congresso
>> Juiz autoriza casal homoafetivo a adotar mesmo sobrenome
>> Grupo católico argentino vê homossexualidade “fora da ordem natural”
“Estamos animados em começar um caminho, o mesmo caminho iniciado quando terminamos com a diferença entre filhos naturais e filhos legítimos, de modo que hoje o que estamos fazendo é aprofundar a democracia”, disse Rossi a jornalistas.
O projeto aponta para uma modificação no artigo 102 do Código Civil que estabelece que o casamento é entre um homem e uma mulher.
No governo do presidente Sebastián Piñera só houve a intenção de regulamentar as uniões estáveis, mas não os casamentos de pessoas do mesmo sexo, aos quais o governo de direita se opõe.
A Argentina se converteu no primeiro país da América Latina a criar e aprovar uma lei sobre o tema. Tanto que um casal chileno já contraiu casamento na província argentina de Mendoza.
Nos partidos da aliança governista a porta estaria fechada para essa ideia entre a maioria de seus parlamentares, enquanto que nos partidos da oposição, tradicionalmente mais liberais, também há divergências.
O Senado chileno é controlado pela oposição, mas na Câmara dos Deputados há uma leve maioria da direita.
“O que foi apresentado ao Congresso não é uma lei de casamento homossexual nem heterossexual. É apenas uma lei de casamento, que vem a terminar com as injustiças de uma normativa que beneficia apenas um modelo de família”, disse o líder do Movimento de Integração e Libertação Homossexual, Rolando Jiménez.