Patriota rejeita intervenção militar unilateral na Líbia

EUA pressionam outros países por ação no país, mas União Europeia promete agir apenas se houver consenso no Conselho de Segurança da ONU

Para ministro, é preciso aguardar efeitos das sanções (Foto: Fiesp/divulgação)

São Paulo – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, rejeitou, nesta segunda-feira (14), a possibilidade de que algum país adote, sozinho, ações militares contra o governo da Líbia. Os Estados Unidos têm pressionado a comunidade internacional por uma ação no país, que sofre protestos e conflitos armados desde fevereiro. Qualquer tipo de medida militar teria de passar pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo ele.

“Não haverá intervenção militar unilateral, decidida por um país ou por um conjunto de países”, afirmou Patriota, durante conversa com jornalistas em São Paulo. O chanceler informou ter conversado, na noite de domingo (13), com a Alta Representante da União Europeia para as Relações Exteriores, Catherine Ashton, que lhe assegurou que o bloco de nações não tomará nem aceitará que seja tomada qualquer medida sem o aval do Conselho de Segurança.

Patriota afirmou ter ficado extremamente satisfeito com a posição dos europeus, pois considera que é necessário discutir coletivamente os próximos passos a serem dados na crise da Líbia, país no qual a contestação ao ditador Muammar Khadafi vem sendo duramente reprimida. Especialistas estimam que até 80% do terrítório esteja em mãos de rebeldes opositores.

Patriota defendeu que é preciso aguardar os efeitos provocados pelas sanções aprovadas no fim de fevereiro. Na ocasião, a ONU determinou o embargo à venda de armas aos líbios e o congelamento de contas de Khadafi e de vários de seus colaboradores em todo o mundo. Além disso, o massacre de civis por partidários do atual governo será julgado pelo Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda.

“Não são medidas suaves. São medidas muito fortes adotadas por consenso pela comunidade internacional e apenas a implementação dessas medidas já requer um trabalho que exige um acompanhamento próximo.”

Obama

O ministro evitou apresentar detalhes sobre a visita ao Brasil do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a partir de sábado (19). “Queremos dar o maior conteúdo possível a esta visita, construindo sobre uma base que já é muito ampla de relacionamento na área econômico-comercial, no diálogo político, com ênfase especial em áreas estratégicas de ciência e tecnologia.”

Em Brasília, Obama terá encontro com empresários durante a Cúpula de Negócios e participará de jantar oferecido pela presidenta Dilma Rousseff. No dia seguinte, no Rio de Janeiro, o presidente dos Estados Unidos tem uma agenda mais voltada ao lado social, com um discurso aberto ao público na Cinelândia, na região central.