ONU prepara ajuda humanitária à Líbia. Khadafi promete vencer a guerra

Khadafi afirma que vai ganhar essa batalha, em seu último discurso (Foto: Reprodução/AlJazeera) Brasília – Sem perspectivas de encerrar o impasse na Líbia, a Organização das Nações Unidas (ONU), por […]

Khadafi afirma que vai ganhar essa batalha, em seu último discurso (Foto: Reprodução/AlJazeera)

Brasília – Sem perspectivas de encerrar o impasse na Líbia, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de suas agências de apoio, prepara para esta quarta-feira (23) o envio de ajuda humanitária ao Leste do país. Serão transportados 5 mil cobertores e a mesma quantia de colchões para Benghazi – cidade que se transformou em símbolo de resistência ao governo do presidente líbio, Muammar Khadafi.

Paralelamente, o Programa Alimentar Mundial (PAM) prepara um carregamento de comida com 19 toneladas de lentilha e 11 de óleo vegetal. A comida vem do Egito e da Tunísia. Já foram encaminhados para a região 1,5 mil toneladas de alimentos e 6 mil estão em armazéns no Egito à espera de oportunidade para o repasse a quem está na região fronteiriça.

As informações são das Nações Unidas. O enviado especial da ONU à Líbia, Abdel Elah Al Khatib, reuniu-se com os líderes de oposição e também pretende conversar com as autoridades do governo Khadafi.

“Eles descreveram os diferentes aspectos da situação e apontaram os sofrimentos e as dificuldades enfrentadas por algumas cidades e vilas da Líbia”, disse Khatib. “Eles (os integrantes da oposição) reiteraram seu pedido para levantar cerco imposto pelas forças do governo líbio sobre as cidades e para um cessar-fogo imediato.”

Pelos dados das Nações Unidas, cerca de 325 mil pessoas fugiram da violência na Líbia, a maioria imigrantes que passaram pelas fronteiras do país com a Tunísia e o Egito. Os líbios que estão nas áreas de fronteira disseram temer os ataques de represália das forças leais a Khadafi.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou que foram organizados 265 vôos para repatriar mais de 58 mil pessoas da Tunísia, do Egito e da Argélia desde o início dos confrontos, em fevereiro.

Até o final

Sob ataques da coalizão internacional, Muammar Khadafi, apareceu na noite da terça-feira (22, horário local), na residência oficial de Bab El Aziziya, em Trípoli, na casa que foi atingida por um míssil no último domingo (20). O pronunciamento foi realizado para dizer que Khadafi está pronto para lutar, seja a guerra longa ou curta. “Vamos ganhar esta batalha”. As informações são da agência Lusa.

Desde sábado (19), as forças da coalizão internacional atacam a Líbia em nome da imposição de uma zona de exclusão aérea, conforme resolução aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. A medida foi aprovada por dez dos 15 integrantes do órgão. O Brasil se absteve.

Ainda na terça-feira, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, da França, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro da Inglaterra, David Cameron, conversaram sobre as operações militares na Líbia. Os três países coordenam os ataques.

Segundo o conselheiro adjunto norte-americano para a Segurança Nacional, Ben Rhodes, Obama conversou também com o emir do Catar, xeque Hamad Al Thani, a quem agradeceu a “importante contribuição” para a coligação, e com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan.

De acordo com Rhodes, Obama afirmou que a Organização do Tratado do Atlântido Norte (Otan) terá um papel importante a desempenhar em decorrência de suas “capacidades únicas de comando e de controle”.

Na noite passada, um caça norte-americano se acidentou na Líbia. Os dois pilotos foram resgatados com vida. Foi o primeiro incidente com as forças da coalizão desde que começou a operação militar na região.