Novo protesto por educação pública acaba com 60 presos no Chile

Estudantes saíram às ruas da capital Santiago e entraram em confronto com a polícia militar

São Paulo – Confrontos entre manifestantes e a polícia foram registrados ontem (28) no centro de Santiago na primeira manifestação de estudantes autorizada pelo governo neste ano. Os manifestantes, assim como já fazem há dois anos,  exigem uma profunda reforma educacional no país, que conta  com um dos sistemas de ensino mais desiguais do mundo. Pelo menos 60 pessoas foram presas.

A passeata, convocada por assembleias de universitários e estudantes do ensino médio, foi autorizada pela prefeitura e partiu pouco antes do meio-dia em frente à Universidade de Santiago, no oeste do centro da capital chilena.

No entanto, quando passavam pela Alameda Central, principal avenida de Santiago, manifestantes encapuzados entraram em confronto com os carabineiros, a polícia militar chilena, que repeliam ataques com pedras e paus com jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo. Em resposta, os manifestantes ergueram barricadas.

O ministro do Interior chileno, Andrés Chadwick, divulgou seu apoio aos carabineiros. “Não foram respeitadas as autorizações concedidas e um grupo de estudantes acredita que tem o direito de gerar desordem”, justificou.

Manuel Erazo, porta-voz dos universitários, reclamou da repressão policial e da mudança do percurso, realizado na última hora. “Queremos o fim dos lucros e isso significa acabar com os empresários da educação” disse. As organizações estudantis anunciaram um comparecimento de 20 mil pessoas ao protesto. Já a polícia não forneceu um número estimado de manifestantes.

Um policial ficou ferido e um menor foi detido com um coquetel molotov. Jovens também protestaram no porto de Valparaíso.

Os estudantes iniciaram suas reivindicações por uma educação pública gratuita e de qualidade em 2011.