Eleições nos EUA

No Capitólio, Biden contra-ataca e chama adversário de ameaça à democracia

Presidente norte-americano, pressionado na disputa pela reeleição, disse que a invasão ao Congresso em 2021 foi a maior ameaça à democracia no país desde a Guerra Civil

Gov. EUA
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'Você não pode amar seu país apenas quando vence (a eleição)', cutucou Biden

São Paulo – Questionado em relação às chances de sua candidatura para reeleição, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um discurso no Congresso, ontem (7), considerado vigoroso e convincente. No mesmo local invadido por apoiadores de Donald Trump em 2021, o democrata afirmou que o 6 de janeiro – data do ataque – representou ” a maior ameaça à democracia americana desde a Guerra Civil”. Referia-se à chamada Guerra de Secessão, no século 19.

No discurso, Biden fez menção à sempre lembrada questão etária – ele completará 82 anos em novembro, mês das eleições. “A questão que a nossa nação enfrenta não é a idade que temos, mas a idade das nossas ideias”, afirmou o presidente. “Você não pode liderar a América com ideias antigas, que apenas nos levam para trás. Para liderar a América, a terra das possibilidades, é necessária uma visão para o futuro do que pode e deve ser feito.” Trump não está muito atrás: completará 78 em junho.

Biden citou 13 vezes o oponente republicano, sem pronunciar o nome, falando apenas “meu antecessor”. Criticou o ex-presidente em relação à pandemia (“Meu antecessor falhou no dever mais básico que qualquer presidente deve ao povo americano — o dever de cuidar”), às relações com a China e pela incitação de apoiadores na invasão do Capitólio. E cutucou: “Você não pode amar seu país apenas quando ganha”.

Faixa de Gaza

Nesta semana, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que Trump pode disputar as eleições presidenciais, mesmo com o possível envolvimento nos atos de 6 de janeiro de 2021. Logo em seguida, a chamada “Super Terça” consolidou a tendência de a disputa marcada para novembro envolver novamente o atual e o ex-presidente.

Apesar do alinhamento com Israel, o presidente estadunidense reconheceu as dezenas de milhares de mortes de palestinos, “a maioria civis inocentes, mulheres e crianças”. Assim, afirmou que as Forças Armadas vão estabelecer um porto temporário na região para permitir a chegada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Além disso, Biden afirmou que está trabalhando “incessante” por um cessar-fogo. No Conselho de Segurança das Nações Unidas, no entanto, os representantes dos Estados Unidos até agora votaram contra essa proposta.