Derrota de Trump

Senador democrata se elege na Georgia e dá maioria a Biden na segunda metade de seu mandato

Com a vitória do aliado, presidente Joe Biden obtém maioria de 51 cadeiras no Senado, uma a mais do que o partido do ex-presidente Donald Trump

Reprodução/Twitter
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Biden posta foto que mostra, segundo ele, ligação ao senador Raphael Warnock por sua eleição

São Paulo – Com 99% dos votos apurados, o senador democrata Raphael Warnock é considerado virtualmente eleito nesta terça-feira (6) pelo estado da Geórgia, nos Estados Unidos, em acirrada disputa que ao final dá um alívio ao presidente Joe Biden. Warnock venceu por apenas 97. 599 votos. Ele teve 51,4% dos votos contra 48,6% do ex-jogador de futebol americano Herschel Walker, do Partido Republicano. Ambos os candidatos são negros.

Com a vitória do aliado, Biden consegue maioria de 51 cadeiras na casa, uma a mais do que o partido do ex-presidente Donald Trump. O senado norte-americano tem 100 parlamentares. Como o presidente democrata perdeu a maioria na Câmara na eleição de novembro, e os republicanos devem dificultar o presidente, a vitória na Georgia é essencial para a segunda metade de seu governo.

“Acabei de ligar para o @senador Warnock para parabenizá-lo pela vitória”, postou Biden no Twitter, como legenda de uma foto em que fala ao celular. “Esta noite, os eleitores da Geórgia defenderam nossa democracia, rejeitaram o UltraMAGAismo (uma corrente extremista do trumpismo) e, o mais importante: enviaram um bom homem de volta ao Senado. São mais seis anos”, escreveu o chefe do governo.

A eleição de Warnock é emblemática: pastor, ele coincidentemente é da mesma Igreja Batista Ebenézer, em que Martin Luther King Jr. pregou. É uma liderança que luta pelos direitos civis da população negra e urbana em Atlanta, onde está a maioria da base democrata da Georgia.  Já os republicanos têm força nas zonas rurais do estado. Warnock chegou ao Senado em 2020, em uma eleição especial para substituir um parlamentar republicano que decidiu se aposentar – sistema que não existe no Brasil.

O derrotado Herschel Walker é o chamado aventureiro: oriundo do esporte, não tinha nenhuma experiência política e sua candidatura foi incentivada pelo próprio Trump. Como membros da extrema-direita conhecidos no Brasil, o atleta tinha práticas opostas do que dizia defender.

Ele trabalhava contra o direito ao aborto em qualquer circunstância, mas foi acusado por duas ex-namoradas de ter incentivado e pago para que elas interrompessem gestações no passado. Um de seus filhos, que é influencer e tem mais de 500 mil seguidores no Instagram, o acusou de violência doméstica.

Trump: um estorvo

Segundo o jornalista Guga Chacra, de O Globo, “graças ao republicano Donald Trump, o Partido Democrata conseguiu manter a maioria no Senado”. “O caso da Geórgia é o mais emblemático sobre como Trump atrapalha os republicanos. O governador Brian Kemp, que talvez seja o político republicano mais atacado por Trump, conseguiu se reeleger de forma confortável por oito pontos percentuais de diferença contra uma rival forte como Stacey Abrams. Já o trumpista Herschel foi derrotado”, escreveu o analista.

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