São Paulo – O empresário da mídia e ex-primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi morreu nesta segunda-feira (12), aos 86 anos, de leucemia. Berlusconi foi uma das personalidades italianas mais conhecidas e polêmicas. Apaixonado por futebol, foi presidente e fundador do Milan, clube onde jogaram muitos craques brasileiros. Na política, onde entrou em meados de 1990, renovou o populismo europeu após-Guerra Fria.

Fundador do Força Itália, um dos partidos a base de apoio do governo de extrema direita Giorgia Meloni, Berlusconi. E deixou um legado de cooperação com a ascensão da ultradireita na Europa. Um dos mais longevos políticos italianos, ocupou a cadeira o posto de primeiro-ministro por nove anos e um mês. O mais longo na Itália após o fim do regime fascista pós 2ª Guerra Mundial (1939-1945).

O italiano tem um currículo do político marcado por denúncias de corrupção e até uma condenação por fraude fiscal. E escândalos e controvérsias: acúmulo de frases sexistas e racistas, e festas escandalosas. Como orgias que reuniam empresários, políticos e prostituição de menores em sua mansão, em Arcore. O episódio, marcado por denúncias de compra de 24 testemunhas, foi um dos fatores que o levaram a renunciar do cargo de primeiro-ministro, em novembro de 2011. Berlusconi foi acusado de subornar testemunhas para mentir no tribunal, mas acabou absolvido em 2015, por falta de provas.

Berlusconi e Putin

Mesmo assim, esses escândalos contribuíram para a queda de sua popularidade – mais que os escandâlos de corrupção e fraude fiscal. Tanto que seu seu partido não mais retornou ao poder. O máximo que conseguiu foi se eleger, em 2017, para o Parlamento. 

Mais recentemente, o ex-premiê disse considerar Vladimir Putin um amigo. O posicionamento o opunha a Giorgia Meloni, em alinhamento com a frente ocidental contrária à Rússia na questão do conflito com a Ucrânia.

Berlusconi teve inúmeros problemas de saúde desde 2016: Foi submetido a cirurgia cardíaca e teve câncer de próstata. Ficou hospitalizado por mais de três meses em 2021, devido à covid-19. Em 2022, foi internado por problemas urinários. Neste ano, passou seis semanas internado, tratando uma infecção pulmonar associada à leucemia mielomonocítica crônica. Voltou para o hospital na última sexta (9), para exames sobre a leucemia.

O funeral está previsto para quarta-feira (14) no Duomo de Milão, com honras de Estado.