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Merkel diz que Reino Unido não manterá privilégios se limitar circulação de pessoas

Segundo chanceler alemã, britânicos manterão acesso a mercado único na União Europeia se não assumirem obrigações correspondentes

Metropolico.org/Flickr/CC

Declaração de Merkel indica a posição alemã antes da reunião de cúpula de líderes que começa hoje, em Bruxelas

Opera Mundi – A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse hoje (28) que o Reino Unido não poderá manter o acesso ao mercado único da União Europeia se negar a livre circulação de cidadãos da comunidade em seu território.

“Acesso ao livre ao mercado comum alcança aquele que aceita as quatro liberdades fundamentais europeias: a de pessoas, bens, serviços e capital”, afirmou a chanceler em discurso à câmara baixa do parlamento alemão.

A declaração de Merkel indica a posição alemã antes da reunião de cúpula de líderes que começa nesta terça-feira em Bruxelas, centrada no impacto sobre o “Brexit” – a saída do Reino Unido da União Europeia.

De acordo com a chanceler, o Reino Unido não poderá manter os atuais “privilégios” como membro da UE se não assumir, por sua vez, as obrigações correspondentes. “Deve haver e haverá uma diferença palpável entre ser e não ser parte da família europeia. Quem deseja sair desta família não pode esperar que as obrigações desapareçam e que se mantenham os privilégios”, disse.

A chanceler citou o exemplo da Noruega, um país que não pertence à União Europeia mas que cumpre uma série de requisitos e obrigações para ter direito de acesso ao mercado único.

Sobre os prazos para o “Brexit”, Merkel disse que o Reino Unido deverá decidir quando informar aos membros sua vontade de deixar o bloco europeu para iniciar o processo de saída.

No entanto, ela disse a seus “amigos britânicos que não se deixem enganar” e afirmou novamente que não haverá negociações, formais ou informais, antes de o Reino Unido ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que regula o desligamento de membros do bloco.

A chanceler disse também que seu país buscará que a futura relação com o Reino Unido seja “estreita e amistosa”, porque seu país se beneficiará dessa situação. Segundo ela, as negociações para a saída britânica da União Europeia deverão ocorrer em um clima cordial, pois os britânicos continuam sendo parceiros instituições como a Otan.

De acordo com ela, não é contraditório afirmar que a Alemanha e a UE se guiarão por seus “próprios interesses” quando negociarem com o Reino Unido, já que este passará a ser considerado um “terceiro país”.

Merkel declarou também que a União Europeia é “forte o suficiente” para continuar sem o Reino Unido e para ser bem-sucedida na defesa de seus interesses.