Mercados reagem bem ao pacote de US$ 650 bilhões para blindar o euro

Primeiro-ministro britânico Yves Leterme (esq.), presidente do conselho europeu Herman Van Rompuy (centro) e presidente da comissão da UE, José Manuel Barroso (dir.) na abertura do Fórum Econômico Mundial em […]

Primeiro-ministro britânico Yves Leterme (esq.), presidente do conselho europeu Herman Van Rompuy (centro) e presidente da comissão da UE, José Manuel Barroso (dir.) na abertura do Fórum Econômico Mundial em Bruxelas (Foto: Reuters/Thierry Roge)

Brasília – Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) anunciaram um pacote de emergência no valor de 500 bilhões de euros (cerca de US$ 650 bilhões) para fortalecer a moeda e evitar que a crise da dívida grega contagie outros países do continente.

Os 16 países que adotam a moeda comum terão acesso a 440 bilhões de euros provenientes de um Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, e a 60 bilhões de euros de recursos da Comissão Europeia (CE), o braço executivo do bloco.

Segundo a BBC Brasil, o pacote de estabilização será ampliado pelo FMI, que contribuirá com cerca de 250 bilhões de euros para fortalecer a moeda contra as adversidades financeiras geradas pela crise grega.

Os mercados reagiram positivamente ao anúncio das medidas na noite de domingo (9). A Bolsa de Londres abriu nesta segunda-feira (10) em alta de 3,7% e o euro chegou a superar a marca de US$ 1,30, depois de chegar, na semana passada, ao seu valor mais baixo dos últimos 14 meses (US$ 1,25).

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou que comprará títulos privados e públicos dos países da zona do euro para “garantir liquidez naqueles segmentos do mercado que estão problemáticos”.

“Defenderemos o euro a qualquer custo”, disse o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn. O euro tem perdido valor na medida em que investidores temem que a crise da dívida grega se espalhe para outros países, como Portugal e Espanha.

No domingo, o Federal Reserve (o Banco Central americano) anunciou que reiniciará o intercâmbio de moedas com alguns dos principais bancos centrais do mundo (europeu, britânico, suíço, japonês e canadense) para “melhorar as condições de liquidez em dólar nos mercados e evitar o contágio”. No entanto, os investidores ainda estão preocupados com o tamanho dos aportes para o pacote europeu de emergência e os problemas estruturais de longo prazo na zona do euro.

Na sexta-feira passada (7), os líderes dos países da zona do euro aprovaram um pacote de empréstimo de 110 bilhões de euros para a Grécia. Só neste ano, o país terá também acesso a mais de US$ 50 bilhões do FMI e de países europeus combinados. O FMI calcula que o pacote permitirá que a Grécia não precise pegar novos empréstimos no mercado por dois anos, tempo para a economia do país se fortalecer.

“O FMI vai fazer a sua parte, no interesse da comunidade internacional, para enfrentar os desafios atuais”, disse o diretor do órgão, Dominique Strauss-Kahn. Para ter acesso ao dinheiro de emergência, o governo grego teve de concordar com um pacote de austeridade altamente impopular. Na semana passada, protestos contra os planos de ajuste econômico deixaram três mortos na capital, Atenas.

Fonte: Agência Brasil