Marco Archer Cardoso Moreira é fuzilado na Indonésia
Brasileiro foi submetido à pena de morte por tentar entrar no país asiático com 13,4 quilos de cocaína; presidenta Dilma insistiu sem sucesso em pedidos de clemência
Publicado 17/01/2015 - 17h49
São Paulo – O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira foi executado na tarde deste sábado (17), na Indonésia, condenado por tráfico de drogas. Devido ao fuso horário, o fuzilamento ocorreu nas primeiras horas deste domingo (18) no país asiático. A confirmação foi dada pela Procuradoria-Geral da Indonésia.
Além do brasileiro, outras cinco pessoas também foram mortas: Daniel Enemuo (da Nigéria), Namona Demisa (de Maláui), Ang Kiem Soel (da Holanda), Tran Tri Bich Hanh (do Vietnã) e Rani Andriani (da própria Indonésia).
Segundo o Itamaraty, Archer passou hoje cerca de uma hora com o advogado, com a tia Maria de Lourdes Archer Pinto e com funcionários da Embaixada do Brasil em Jacarta.
A presidenta Dilma Rousseff, assim como o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, entraram em contato por diversas vezes com autoridades indonésias pedindo clemência, sem sucesso. Dilma também enviou documentos do caso à Santa Sé, na tentativa de que o papa Francisco conseguisse reverter o quadro.
Archer trabalhava como instrutor de voo livre e foi preso em agosto de 2003, quando tentou entrar na Indonésia, pelo aeroporto de Jacarta, com 13,4 quilos de cocaína. Ele conseguiu fugir do aeroporto, mas foi localizado após duas semanas. Archer confessou o crime e disse que recebeu US$ 10 mil para transportar a cocaína de Lima, no Peru, até Jacarta. No ano seguinte, foi condenado à morte.
O paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte também está sentenciado à morte pela Justiça da Indonésia, por tráfico de cocaína. A execução está prevista para o próximo mês.
Segundo BBC, brasileiros defendem execução
Nota divulgada pela BBC em seu site na internet, afirma que “o assunto gerou 1.250 comentários inflamados em menos de 24 horas na página da BBC Brasil no Facebook. Enquanto uma minoria defende clemência, penas alternativas e prega a ineficiência da pena de morte, os comentários mais elogiados sugerem que traficantes deveriam morrer ‘para dar exemplo'”.
“Campanha por traficante? Estão achando que todo mundo é como aqui?”, dizia o comentário mais aprovado, com 515 likes. O leitor que afirmou que “Ele não pensou nas dezenas de famílias que iria destruir com 13,4 kg de cocaína”.
Comentários em defesa dos direitos humanos repercutiram bem menos. O principal deles – “Violência gera violência. Vocês ainda não aprenderam isto?” – gerou apenas 18 curtidas e várias críticas de internautas.