Homenagem a Hugo Chávez protagoniza Primeiro de Maio em Cuba

Imagens e elogios ao líder venezuelano morto em março ocuparam as ruas de Havana (Foto: Alejandro Ernesto/EFE) Havana – As homenagens a Hugo Chávez deram o tom nesta quarta-feira da […]

Imagens e elogios ao líder venezuelano morto em março ocuparam as ruas de Havana (Foto: Alejandro Ernesto/EFE)

Havana – As homenagens a Hugo Chávez deram o tom nesta quarta-feira da celebração do Primeiro de Maio em Cuba, onde as imagens e os elogios ao líder venezuelano marcaram as freqüentes marchas que se realizam na ilha e convocados este ano sob o lema “Por um socialismo próspero e sustentável”.

O rosto de Chávez estava em muitos dos cartazes que os cubanos exibiram hoje os para celebrar o Dia do Trabalho, em uma jornada que o presidente Raúl Castro liderou com outros membros do governo na emblemática Praça da Revolução de Havana, onde o ato principal foi realizado.

O desfile popular convocado pela Central de Trabalhadores de Cuba (CTC, sindicato único) começou nessa esplanada às 7h30 (9h30 de Brasília) e durou uma hora e meia, enquanto em outros pontos da ilha também foram realizadas manifestações massivas em todas as localidades.

Como em anos anteriores, o único discurso do ato no centro de Havana foi o do secretário-geral saliente da CTC, Salvador Valdés, que começou sua fala lembrando o líder venezuelano que morreu em 5 de março vítima de câncer.

“No Dia do Trabalho fazemos especial homenagem ao inesquecível comandante Hugo Chávez Frias e expressamos o mais profundo carinho e admiração a esse gigante que entrou na história como herói da América”, disse Valdés, que deixará o cargo oficialmente após o congresso da CTC em novembro, após ter sido eleito um dos vice-presidentes do Conselho de Estado.

Outra mensagem de destaque em seu discurso foi o de “solidariedade” para com o novo líder venezuelano Nicolás Maduro, e de “determinação” de Cuba de seguir com ele e a Venezuela “no caminho pela verdadeira e definitiva integração de nossos povos”.

Precisamente, Nicolás Maduro e Raúl Castro ratificaram no fim de semana passado a estratégica aliança da Venezuela e Cuba que seus antecessores armaram desde 2000, Hugo Chávez e Fidel Castro, quando assinaram um convênio que transformou o país sul-americano no principal aliado político e econômico da ilha comunista.

Chávez e seu petróleo representaram uma tábua de salvação para Cuba após os difíceis anos do “período especial”, declarado por Fidel Castro após o bloco soviético ruir e a ilha ficar imersa em uma grave crise cujas consequências ainda não superou.

A Venezuela fornece a Cuba 100 mil barris diários de petróleo, que a ilha retribui em parte com os serviços de cerca de 32 mil médicos cubanos na Venezuela, aos quais se somam outros profissionais como professores, treinadores esportivos e assessores.

No Primeiro de Maio cubano não faltaram ainda referências à crise econômica internacional e aos problemas de desemprego, cortes salariais e perdas de benefícios que atingem milhões de trabalhadores no mundo.

“Deste palanque expressamos nossa solidariedade para com todos no planeta que são vítimas dessa política insana”, disse Valdés para contrastar que Cuba é “um povo privilegiado que não sofre desses males e onde nem um só cidadão ficou nem ficará jamais desamparado”.

Outro tema muito abordado foi a “estratégica batalha econômica” que deve livrar Cuba para superar sua forte crise, o que tenta o plano de reformas econômicas promovido por Raúl Castro para elevar a produção, produtividade e eficiência.

Como já ocorreu o ano passado, no desfile da Praça da Revolução participaram nesta quarta-feira grupos de trabalhadores privados, um setor crescente na ilha desde que o governo decidiu há três anos ampliar as possibilidades do emprego autônomo ou “cuentapropismo” em gíria local.

Além da participação dos cubanos, o Primeiro de Maio na ilha contou com a presença de cerca de 2 mil representantes de organizações sindicais e sociais de 73 países.