Hillary sugere a Chávez que se espelhe no Brasil como um país de êxito

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, recebe a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, no Palácio do Itamaraty (Foto: Wilson Dias/ABr) Brasília – A secretária de Estado norte-americana, Hillary […]

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, recebe a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, no Palácio do Itamaraty (Foto: Wilson Dias/ABr)

Brasília – A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, acusou nesta quarta-feira  (3) o governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de promover instabilidade interna e externamente. Evitando comentar sobre as suspeitas de que Chávez apoiaria ações de grupos armados, a secretária sugeriu que o governo venezuelano se mire no Brasil e no Chile. Segundo ela, dois países que “têm exito” e que respeitam a liberdade de expressão.

Hillary afirmou não estar “familiarizada” com as investigações da Justiça da Espanha que informam a existência de um suposto envolvimento de apoio de Chávez com ações do grupo separatista País Organização Basco e Liberdade (ETA) e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). As ações, segundo as investigações, seriam organizadas com o objetivo de assassinar o primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero.

Chávez negou as denúncias e acusou os Estados Unidos de estarem por trás das suspeitas. “Não estou familiarizada com as questões [levantadas em investigações pela] Espanha. Mas conheço as alegações do presidente da Venezuela”, disse a secretária, ao lado do chanceler brasileiro, durante entrevista coletiva em Brasília.

“Nós [norte-americanos] não participamos de nada que possa prejudicar qualquer venezuelano. Mas nós estamos observando que está se minando pouco a pouco as liberdades na Venezuela. Esperamos que a Venezuela possa retomar a liberdade, olhar mais para o Sul [das Américas] e para modelos como Brasil e Chile, países que têm exito.”

Amorim aproveitou a afirmação de Hillary que sugeriu a Chávez que olhe mais para o “Sul” e defendeu a integração da Venezuela no Mercosul. “A Venezuela tem de olhar mais para o Sul por isso convidamos para integrar o Mercosul. Isso será positivo em todos os sentidos”, disse ele.

A integração da Venezuela no Mercosul foi aprovada pelo Congresso Nacional, depois de uma intensa polêmica entre governistas e oposição. O assunto agora depende de votação e aprovação no Legislativo do Paraguai. Porém, entre os paraguaios, a tendência é de rejeição à participação dos venezuelanos no bloco.

Para evitar que ocorra a rejeição à participação venezuelana no bloco, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, adia a votação da medida no Congresso. Não há data para isso ocorrer. 

Fonte: Agência Brasil