Governo Lugo acusa brasiguaios de despejarem agrotóxicos em indígenas

Comunidades atacadas sofreram com vômito, dor de cabeça e náusea; Terras em região fronteiriça estão em litígio

O governo do Paraguai confirmou que duzentos indígenas foram afetados por agrotóxicos despejados por produtores de soja brasileiros que querem expulsar os nativos das terras de Alto Paraná, no sudeste do país.

A ministra de Saúde Pública Esperanza Martínez informou que as comunidades originárias foram atingidas por líquidos lançados desde aviões que rodearam a região fronteiriça. Ela acusou que os produtores de soja atentam contra a saúde humana e o meio ambiente.

“Horas depois de terem sido atingidos, os afetados apresentaram vômito, dor de cabeça e náusea, sendo atendidos por um grupo de sanitaristas e voluntários enviados ao local para dar assistência”, afirmou.

As terras fumigadas são atualmente o ponto central de uma disputa entre as comunidades originárias e os produtores de soja brasileiro que ocupam o território de fronteira. O Instituto Nacional do Indígena Paraguaio confirmou que os produtores lançaram agrotóxicos na zona para desalojar aos nativos, que mantêm a reivindicação de direito a uma terra ancestral. Os produtores rurais, por outro lado, garantem que têm os títulos das terras em litígio.

O presidente Fernando Lugo determinou que se realize uma investigação e que se encontrem os responsáveis pela intoxicação. Em outubro, ele assinou acordo que ratifica direitos dos brasiguaios na tentativa de minimizar tensões sociais. Foi uma iniciativa em agradecimento à anistia oferecida pelo governo brasileiro aos estrangeiros com residência ilegal. São 500 mil brasileiros morando no país vizinho, muitos deles proprietários de terras e ocupantes de cargos políticos.

Com informações da TeleSur.