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EUA e 11 países do Pacífico fecham acordo histórico de livre comércio

Tratado de Associação Transpacífico representa 40% da economia mundial e irá eliminar 18 mil impostos colocados sobre produtos norte-americanos

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O acordo elimina mais de 18 mil impostos que vários países colocam sobre produtos norte-americanos

São Paulo – Estados Unidos e outras 11 nações com abertura para o oceano Pacífico (Japão, Canadá, Chile, Austrália, Brunei, Malásia, Nova Zelândia, México, Peru, Cingapura e Vietnã) anunciaram hoje (5) o Tratado de Associação Transpacífico (TPP), acordo histórico de livre comércio. Juntos, esses países compõem 40% da economia mundial.

“Esta parceria iguala o campo para os nossos fazendeiros, rancheiros e manufatureiros por eliminar mais de 18 mil impostos que vários países colocam sobre nossos produtos”, explicou o presidente dos EUA, Barack Obama, à imprensa.  “Ela inclui os mais fortes compromissos com o trabalho e o meio ambiente do que qualquer outro acordo na história”, ressaltou.

O acordo representa um importante marco no governo de Obama, mas ainda precisa ser aprovado no Congresso, que deverá votar apenas em 2016.

Além de eliminar impostos, o TPP estabelecerá regras uniformes sobre a propriedade intelectual das corporações, abrirá o fluxo de informação pela internet entre as nações, inclusive no Vietnã, que é comunista; e estabelecerá uma fiscalização única sobre o tráfico ilegal de animais e crimes ambientais. Além disso, o tratado também visa diminuir a influência chinesa na região.

Outros países asiáticos, como a Coreia do Sul, Taiwan e Filipinas, além de sul-americanos, como a Colômbia, já expressaram interesse no acordo.

Sindicatos trabalhistas, ativistas de direitos humanos e ambientalistas se opuseram ao acordo, justificando que o TPP irá beneficiar apenas as grandes empresas, prejudicando trabalhadores e enfraquecendo leis de proteção ambiental.

Na política, um dos que criticaram o tratado foi Bernie Sanders, pré-candidato à Casa Branca pelo Partido Democrata, que afirmou que o TTP vai “devastar famílias trabalhadoras”.

A formação do TPP entrou em discussão quase oito anos atrás e as negociações finais foram retomadas na última quarta-feira (30) em Atlanta, nos Estados Unidos, para acertar os detalhes quanto ao comércio de laticínios e a nova geração de biomedicina. Outros pontos de atrito, que atrasaram a criação do grupo, incluíram os setores agrícolas, automotivos, produtos farmacêuticos e propriedade intelectual.