'resposta'

Estados Unidos impõem sanções e expulsa diplomatas russos por ‘interferências’

Governo dos EUA alega ataques cibernéticos durante a última campanha das eleições presidenciais americanas para justificar a medida; Rússia rebate e diz que acusações são 'infundadas'

Voz da Rússia

EUA também fecharam dois complexos em Nova York e Maryland, utilizados pelo serviço de inteligência russo

Opera Mundi – O governo dos Estados Unidos decretou ontem (29) a imposição de sanções econômicas contra a Rússia, além da expulsão de 35 diplomatas russos pelos ataques cibernéticos que atribuiu a esse país durante a última campanha das eleições presidenciais americanas.

Os 35 diplomatas da embaixada de Moscou em Washington e do consulado em São Francisco terão 72 horas para deixar o solo norte-americano, segundo o Departamento de Estado.

O presidente Barack Obama disse em um comunicado que “avisos privados e públicos foram emitidos repetidamente ao governo russo” e as novas medidas são uma “resposta necessária e apropriada aos esforços de prejudicar interesses estadunidenses, em violação de normas de conduta estabelecidas internacionalmente”.

Obama ainda afirmou que estas ações “não são a totalidade da resposta à Rússia” e que outras medidas serão tomadas, algumas das quais não serão divulgadas. O presidente dos Estados Unidos declarou que durante os próximos dias será divulgado ao Congresso um relatório sobre o papel da Rússia na eleição presidencial de 2016 que elegeu Donald Trump, cujo mandado começará em 20 de janeiro.

“Estas ações foram realizadas em resposta ao assédio russo de diplomatas americanos e ações de diplomatas que não consideramos condizentes com a prática diplomática”, declarou um alto funcionário do governo estadunidense à agência de notícias Reuters.

O Departamento de Estado têm reclamado de agentes de segurança e trânsito russos perturbando diplomatas norteamericanos em Moscou. A questão foi inclusive levantada pelo secretário de Estado, John Kerry, em conversas com o presidente Vladimir Putin e o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

Os Estados Unidos também fecharam dois complexos em Nova York e Maryland, utilizados pelo serviço de inteligência russo. Segundo a Reuters, o acesso às instalações por parte de funcionários russo seria bloqueado a partir de meio-dia de hoje (30).

“Ao impor custos aos diplomatas russos nos Estados Unidos e negar o acesso às duas instalações, esperamos que o governo russo reavalie suas ações, que impediram a habilidade e segurança de nossos próprios funcionários da embaixada na Rússia”, afirmou o funcionário entrevistado pela agência de notícias.

Resposta russa

De acordo com o portal Sputnik, o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov afirmou hoje (30) que o país responderá às sanções do governo americano. O chanceler disse que propôs ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, expulsar 31 diplomatas da Embaixada dos EUA e quatro funcionários do Consulado Geral dos Estados Unidos, em São Petersburgo. “Claro que nós não poderemos deixar sem resposta tais ‘brincadeiras’, a reciprocidade é a lei da diplomacia nas relações internacionais”, afirmou.

Lavrov também qualificou de “infundadas” as acusações dos americanos sobre uma interferência russa na campanha eleitoral nos Estados Unidos. “A administração americana cessante de Barack Obama, acusando a Rússia de todos os pecados mortais e tentando culpar-nos do fracasso das suas iniciativas da política externa, como vocês sabem, apresentou novas acusações de que a parte russa, a nível estatal, interferiu na campanha eleitoral dos EUA que resultou na derrota da candidata democrata”, disse o chanceler russo.