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Dois chilenos morrem baleados em protesto por reforma na educação

Em dia de manifestações por todo o país, protestos em Valparaíso acabam com morador atirando em jovens

Reprodução/TVT

Sistema de educação privatizado na ditadura é alvo de manifestações mesmo depois da redemocratização

São Paulo – Dois estudantes, de 18 e 25 anos de idade, foram mortos ontem (15), após uma manifestação em Valparaíso, cidade-sede do Poder Legislativo do Chile. Diego Guzmán, 25 anos, estudante de Prevenção de Riscos, e Exequiel Borvarán, 18, aluno de Psicologia, ambos da Universidade Santo Tomás, foram baleados pelo morador de um casa, em cuja proximidade os jovens estariam colando cartazes e se preparando para grafitar.

Testemunhas relataram que o morador saiu para a rua armado e teria disparado, atingindo os estudantes. O atirador foi detido e em sua casa foi apreendida pela polícia uma pistola de calibre 9 milímetros.

Manifestações como a de Valparaíso ocorreram em várias regiões do país, convocadas pela federação de estudantes do Chile, que reivindica uma reforma da educação. Os sistemas de ensino no país são amplamente privatizados, herança do período de ditadura (1973-1990) liderada pelo general Augusto Pinochet.

Algumas reformas conduzidas após a democratização são tidas como insuficientes pelo movimento estudantil por não alterar o cenário em que predominam a atuação de escolas privadas em todos os níveis, sobretudo no ensino médio e superior, e as desigualdades das condições de acesso ao ensino.

Assista à reportagem da TVT.

Em Santiago, outro estudante foi ferido na quinta-feira. Luciano Debrott, 19 anos, aluno da Universidade de Santiago (Usach), não havia participado da marcha na capital, mas está internado em estado grave depois de ser atingido por estilhaços de uma bomba de gás lançada pela polícia.

Por volta das 15h, um grupo do batalhão dos Carabineros invadiu o edifício da Usach, em perseguição a um grupo de estudantes que retornava da marcha, quando um policial lança a bomba de gás em uma das cantinas da universidade, onde estavam estudantes que não haviam participado do ato – os que vinham das marchas corriam em direção às sedes dos respectivos diretórios acadêmicos, em busca de refúgio. A bomba atirada explodiu em cima de uma mesa, e seus estilhaços atingiram o rosto do estudante.

Com informações também do Operamundi.