Conselho de Segurança da ONU discute situação da Líbia em sessão especial

União Africana vai mandar missão de observação para a Líbia

Brasília – O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas convocou hoje (23) uma sessão especial para sexta-feira para discutir a situação na Líbia, a pedido de mais de 50 países, membros e não membros. De acordo com o conselho, composto por 47 países, é a primeira vez que um país membro é o tema central de uma sessão especial.

Na terça feira (22), o Conselho de Segurança da ONU condenou e exigiu o fim imediato da violência contra civis pelas autoridades da Líbia. De acordo com a ONU, pelo menos 300 pessoas foram mortas por forças governistas. Após consultas a portas fechadas, presididas pelo Brasil, pediu-se ajuda humanitária internacional para a população libanesa.

O conselheiro especial do secretário-geral para a Prevenção do Genocídio, Francis Deng, distribuiu na terça feira nota à imprensa fazendo eco aos relatos de uso de aviões, helicópteros, tanques e mercenários estrangeiros contra os manifestantes que protestam contra o governo de Muammar Kadhafi. Desde o dia 15 de fevereiro, o regime é contestado nas ruas. Organizações de direitos humanos falam em centenas de mortos e feridos.

“A confirmar-se a natureza e escala de tais ataques, eles podem bem constituir crimes contra a humanidade, pelos quais as autoridades nacionais serão responsáveis”, afirmou Deng.

Ao sair do Conselho de Segurança, o subsecretário-geral, B. Lynn Pascoe, disse que a situação na Líbia pode ficar “muito pior” nos próximos dias. Por isso, a ONU está preparando a retirada dos 30 funcionários que tem no país.

Missão de observação

A União Africana (UA) vai enviar à Líbia, em caráter de urgência, uma missão de observação para determinar a situação no país.

O Conselho de Paz e Segurança da UA, que esteve reunido para analisar a situação na Líbia, condenou “a perda de vidas e a destruição” dos últimos dias. A Líbia vive momentos de crise desde o último dia 15. Protestos e manifestações pedem a saída de Muammar Kadhafi, no poder desde 1969.

A presidenta do conselho e representante da Namíbia, Kakena Nangula, destacou que a União Africana “deplora a trágica perda de vidas”.

Ela destacou a necessidade de respeitar a integridade territorial e a unidade da Líbia e indicou que, para obter informações, a UA decidiu “enviar urgentemente uma missão [à Líbia] para reunir dados concretos e falar com as partes”.

O conselho apelou ainda a “todo o povo, às partes em conflito e a todos os implicados que se contenham para evitar maiores perdas de vidas e destruição de propriedades”.

Fonte: Agência Brasil/Lusa