quase guerra

Conselho Atlântico reúne-se para tratar possível invasão russa à Ucrânia e Crimeia

Aumentam as tensões depois que Putin obteve apoio parlamentar para invadir o país. Mais de 300 são detidos em Moscou por gritar 'não à guerra' na Crimeia

EFE/EPA/Pawel Supernak

Manifestantes na Polônia contra a iminente invasão da Rússia à Ucrânia mostram tensão crescente na região

Bruxelas – Embaixadores do Conselho do Atlântico Norte, a mais alta autoridade da Otan, reúne-se hoje  (2) em Bruxelas para coordenar sua posição em relação à Ucrânia e à presença militar russa na região autônoma ucraniana da Crimeia.

O secretário-geral da Otan, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, considera que a situação nessa ex-república soviética “é grave” e nos últimos dias destacou a Moscou que “deve respeitar a soberania da Ucrânia, sua integridade territorial e suas fronteiras, incluindo os movimentos das forças russas na Ucrânia”.

Rasmussen também insistiu que é preciso diminuir o nível das tensões nessa região. “O que a Rússia está fazendo agora na Ucrânia viola os princípios da Carta das Nações Unidas. É uma ameaça para a paz e a segurança na Europa. A Rússia deve deter suas atividades militares e suas ameaças”, declarou, em sua chegada à reunião.

Nas últimas horas e desde que o presidente russo, Vladimir Putin, obteve a autorização do Senado para enviar tropas para a estabilização da Crimeia, cuja população é de origem majoritariamente russa, as tensões aumentaram.

Em Kiev, o secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia (CDSN), Andrei Parubi, anunciou que o Ministério da Defesa mobilizou os reservistas e ordenou aos comandantes militares pôr em estado de alerta de combate suas unidades perante essa intervenção militar russa na península da Crimeia.

Os embaixadores aliados se reunirão ao término do Conselho Atlântico com a Comissão da Aliança e Ucrânia, o fórum de consultas responsável por abordar os assuntos de segurança comum entre ambas partes..

A situação dessa região preocupa especialmente a Polônia, aliada e vizinha da Ucrânia, que no sábado(1º) reivindicou o respeito da integridade territorial da Ucrânia e exigiu “o fim dos movimentos de tropas provocadoras” nessa região ucraniana.

O ministro das Relações Exteriores polonês, Radoslaw Sikorski, que viajou em várias ocasiões a Kiev nas últimas semanas, assinalou, em seu perfil no microblog Twitter, que tinha pedido uma reunião da Otan em nível ministerial na próxima semana para tratar a situação ucraniana.

O presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski, declarou também no sábado que seu país “poderia se sentir ameaçado perante uma potencial intervenção militar russa” no país vizinho.

Os ministros de Relações Exteriores da União Europeia (UE) realizarão ainda amanhã (3), em Bruxelas, uma reunião extraordinária para abordar a crise. A reunião dos 28 membros do bloco foi convocada em caráter emergencial pela chefe da política externa e de eegurança comunitária da UE, Catherine Ashton, “para discutir uma resposta a estes desenvolvimentos”, segundo nota oficial.

“Lamento a decisão por parte da Rússia de usar forças armadas da Ucrânia. Trata-se de uma escalada injustificada das tensões”, disse Ashton.

Guerra não

Em Moscou, capital russa, mais de 300 de pessoas foram detidas hoje por protestar contra a intervenção russa na península ucraniana da Crimeia aos gritos de “Não à guerra”, informaram meios de comunicação e organizações de defesa dos direitos humanos locais.

As pessoas foram detidas ao manifestar-se em frente ao Ministério da Defesa, no centro da cidade, segundo a agência “Interfax”, que informou também que os detidos foram acusados de “violar a ordem pública”.

Os detidos foram transferidos em ônibus a diversas delegacias da cidade. Muitos dos manifestantes levavam bandeiras ucranianas e alguns mostravam cartazes com a mensagem: “Putin tem as mãos manchadas com sangue ucraniano”.

Na segunda maior cidade russa, São Petersburgo, também começou uma manifestação contrária à intervenção armada russa na Crimeia e, segundo informações preliminares, as forças de segurança detiveram cerca de 30 pessoas.

Com informações da Efe