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Comerciantes acusam oposição de barrar distribuição de alimentos

Deputada reforça denúncias e diz que paramilitares ameaçam destruir estabelecimentos que se recusem a fechar portas

EFE/Jorge Castellanos

Manifestantes contra governo cercam caminhão de militares, durante protestos na semana passada em Caracas

São Paulo – A Associação de Comerciantes do estado venezuelano de Táchira (Aceta), a sudoeste de Caracas, denunciou hoje (28) que mais de 6 mil lojas registram falta de estoques devido a barricadas, que seriam armadas pela oposição ao governo de Nicolás Maduro, que impedem a distribuição de produtos, alguns de primeira necessidade.

A denúncia foi feita pelo vice-presidente da entidade, Prieto Ceniccola, que explicou que há quase duas semanas os proprietários têm dificuldades em abrir portas, “não só pela insegurança, mas pela falta de alimentos”.

A deputada Zoraida Parra, do Partido Socialista Unido da Venezuela, denunciou que setores da oposição estiveram em vários estabelecimentos, alertando os proprietários que, ou as portas ficam fechadas, ou os estabelecimentos seriam destruídos. Em 19 de fevereiro, o governador de Táchira, José Gregório Vielma Mora, denunciou que 120 paramilitares estavam no estado e provocaram várias situações de instabilidade.

Há 16 dias, são registrados protestos em várias localidades da Venezuela. Atos de violência deixaram pelo menos 14 mortos, dezenas de feridos e mais de 500 pessoas detidas. Os protestos começaram em 12 de fevereiro, com uma marcha pacífica de estudantes contra a insegurança, mas intensificaram-se no mesmo dia, quando confrontos entre manifestantes, forças da ordem e grupos armados, provocaram a morte de três pessoas.

Na quarta-feira (26), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, atribuiu a morte de mais de 50 cidadãos à violência e às barricadas que impedem, por exemplo, a chegada de assistência médica.