São Paulo – A república separatista da Crimeia abriu às 8h (3h de Brasília) deste domingo (16) os colégios eleitorais para realizar o referendo no qual seus habitantes escolherão se voltam ao domínio russo. A apuração começa logo depois do fim da consulta (20h local, 15h Brasília), mas os resultados oficiais só serão divulgados a partir de segunda (17).

A região, composta por 60% de russos étnicos, deve aprovar a anexação à Rússia. Um milhão e meio de crimeanos devem ir às urnas, embora a minoria tártara, cerca de 12% da população, tenha decidido boicotar a consulta, que foi tachada de anticonstitucional pelo parlamento ucraniano. Mais de 1.200 colégios eleitorais foram habilitados na península. Ele serão protegidos por milícias.

Observadores estrangeiros vindos de países como a Espanha, Polônia e China estão na Crimeia para acompanhar o processo. Representantes de minorias dizem que o governo crimeano se prepara para fraudar os resultados do plebiscito. A Crimeia seguiu adiante com o referendo apesar de, neste sábdo (15) a Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia ter dissolvido o parlamento separatista, que convocou a consulta e aprovou esta semana uma Declaração de Independência.

Estados Unidos, União Europeia e a grande maioria da comunidade internacional afirmaram que não reconhecerão os resultados do referendo separatista na Crimeia e defendem a integridade territorial da Ucrânia. A Rússia, por sua vez, vetou uma resolução de condenação ao referendo no Conselho de Segurança da ONU e disse que irá respeitar o resultado da consulta.

A Crimeia é uma região conquistada pelo Império Russo no século XVIII e que passou a fazer parte da Ucrânia em 1954.