Com apoio do Brasil, Christine Lagarde mantém comando europeu no FMI

Mantega quer que nova diretora-gerente encaminhe reformas e aumente espaço dos emergentes, além de fiscalizar mais os países avançados

Christine Lagarde com Mantega, em maio: Brasil quer alterações nos critérios de escolha (Foto: ©Ueslei Marcelino / Reuters)

São Paulo – Escolhida nesta terça-feira (28) para o comando do Fundo Monetário Internacional (FMI), a francesa Christine Lagarde mantém o comando europeu na entidade, criada em 1945, no pós-guerra. Ela assumirá o cargo de diretora-gerente na próxima terça-feira (5), com um mandato de cinco anos. O Brasil, que defende mudanças no critérios de escolha, apoiou a candidatura da francesa, que disputava com o diretor do Banco Central do México, Agustín Carstens. A escolha foi unânime entre os 24 membros que integram o Conselho de Administração do FMI.

Ministra das Finanças da França desde 2007, Christine Lagarde, 55 anos, substitui o também francês Dominique Strauss-Kahn, que deixou a direção do FMI após ser acusado de crime sexual, em maio. O processo de sucessão foi acelerado devido ao escândalo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o Brasil apoiou a candidatura de Christine com base na “experiência da ministra e, principalmente, seu comprometimento com a modernização do FMI e a ampliação da participação dos países emergentes na instituição”. Ele informou que o governo brasileiro manteve conversas com países como Rússia, África do Sul e Argentina, com a avaliação de que “há grande sintonia” entre emergentes e latino-americanos quanto à expectativa de continuação das reformas do órgão.

“Esses países concordam que não deve haver nenhum retrocesso, que deve haver uma continuidade do processo de abertura do fundo”, disse. “Queremos que o fundo fiscalize mais os países avançados, que são aqueles que têm causado maior instabilidade mundial.”