Camareira é colocada sob suspeita e ex-diretor do FMI é liberado
Funcionária de hotel norte-americano teria mentido diversas vezes durante seus depoimentos
Publicado 01/07/2011 - 16h41
São Paulo – O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn teve suspensa a prisão domiciliar a que estava submetido. O processo não foi encerrado, mas ele foi liberado nesta sexta-feira (1º) sem necessidade de pagamento de fiança. Segundo os advogados de defesa do francês, a camareira do hotel em Nova York que o acusava de crimes sexuais admitiu ter mentido sobre o caso.
A confissão teria sido feita diante do júri e dos promotores do caso. De acordo com carta da defesa, a versão estava carregada de inconsistências, o que teria motivado a desconfiança.
A liberação de Strauss-Kahn, por outro lado, deu-se em audiência do caso em um tribunal na cidade americana. Ele foi solto por ter se comprometido a comparecer diante da corte no processo. Os US$ 6 milhões (cerca de R$ 9,3 milhões) pagos de fiança anteriormente serão devolvidos.
Por outro lado, o portal G1 publicou que o advogado da camareira disse que sua cliente “não modificou nenhuma palavra” em seu depoimento, afirmando ter “provas materiais” dos abusos.
Na véspera da absolvição, o jornal norte-americano The New York Times publicou que os investigadores do caso possuíam indícios que a camareira, de 32 anos e origem guineana, teria mentido em diversos momentos de seus depoimentos. No dia seguinte veio a confirmação e a liberação do executivo.
De acordo com o jornal, os testes forenses, realizados no início das investigações, evidenciaram que houve relação sexual entre o ex-diretor e a camareira. No entanto, as circunstâncias da ocorrência ainda deixam dúvidas.
Injustiça e perda política
O caso envolvendo o ex-diretor teve início no dia 14 de maio, com as acusações da camareira. Strauss-Kahn era o principal nome para enfrentar a reeleição de Nicolas Sarkozy para o governo francês. Entretanto, após se ver obrigado a responder por sete acusações, entre elas quatro crimes de agressão e abuso sexual, e tentativa de estupro, o premier perdeu credibilidade política.
Quatro dias após as denúncias, Strauss-Kahn renunciou ao cargo, abrindo espaço para a ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, se eleger para o cargo.