São Paulo – O balanço mais recente da tragédia climática no Rio Grande do Sul dá conta de que o número de mortos chegou hoje (9) a 107. A Defesa Civil local divulgou estas informações ao meio-dia. Eles ainda informam que este número deve aumentar nos próximos dias. Isso porque 136 pessoas seguem desaparecidas em razão das chuvas e inundações. O número de feridos é de 374.

Os dados do governo do Rio Grande do Sul também revelam 379 mil pontos sem energia e 425 mil sem água no estado. As chuvas atingiram todo o estado, sendo que 85% das cidades tiveram impactos severos. O número de pessoas que deixaram suas casas ultrapassa 200 mil. São 67.563 desabrigados e 165.122 desalojados. Boa parte destas pessoas está em alojamentos improvisados pelo estado.

As aulas estão suspensas nas 2.338 escolas estaduais. São mais de 327 mil alunos sem estudar no momento. De acordo com a gestão estadual, 75 escolas servem de abrigo temporário, 954 sofreram algum impacto direto das chuvas e 426 estão severamente danificadas.

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Evacuação total

Algumas cidades sofreram impactos mais severos. É o caso de Canoas e de Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. A primeira registrou alagamento em metade de sua área total. Já Eldorado do Sul está quase em sua totalidade submersa. Não há água ou energia elétrica em nenhum ponto da cidade. A previsão é de que as enchentes durem ainda 10 dias no local.

Então, autoridades locais optaram por evacuar totalmente o município. São 42.490 pessoas. Elas estão sendo deslocadas para outras cidades, particularmente no litoral. “Alguns prefeitos dessas cidades me ofereceram abrigo, ficaram de me mandar até ônibus. As coisas estão se encaminhando”, relatou o prefeito de Eldorado do Sul, Ernani de Freitas (PDT).

Perspectivas

No início da tarde de hoje, o Guaíba ficou, pela primeira vez desde sábado, abaixo dos 5 metros acima de seu nível padrão. Desde seu ápice, na segunda-feira, o rio recuou 37 centímetros, mas segue com 4,95 metros de elevação. Trata-se da maior cheia do sistema do Guaíba registrado na história.

A boa notícia do recuo, contudo, não alivia a situação de muitos municípios. Em Porto Alegre, por exemplo, as ruas próximas do rio, particularmente na região central, ilhas e bairros da orla, seguem alagadas. Além disso, a chuva voltou a cair na região ontem, ainda que com menor intensidade. A formação de um ciclone extratropical, além de uma nova frente fria vinda da Argentina, impactam o clima na região nos próximos dias.

A partir de amanhã (10), as chuvas voltam com maior intensidade no Sul do país. Os volumes podem passar dos 100 milímetros em algumas regiões, particularmente no Norte do estado e no Leste, onde fica parte das cidades mais afetadas, como Canoas e Porto Alegre. As chuvas dos próximos dias também colocam em alerta o sul catarinense. Existe uma grande preocupação em relação a região da Serra de Santa Catarina, que deve registrar grande volume de chuvas. Então, segue o alerta máximo deste evento climático extremo na região Sul.

“Caramelo”

Em meio ao caos no Rio Grande do Sul, um caso chamou a atenção da população de todos os cantos do Brasil. Caramelo é uma égua que ficou dias ilhada em um pequeno telhado. Ela enfrentou dias de sol e chuva sem poder mover uma pata. O caso chamou a atenção de defensores de animais e também de autoridades. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou comovido com a história. Ele e sua companheira, Janja, são muito ligados aos animais.

Então, hoje, finalmente equipes conjuntas de bombeiros e Exército conseguiram resgatar o animal. Lula estava em um compromisso de anúncio de um pacote de ajudas para o estado quando Janja o avisou. Ele não escondeu a alegria de saber que Caramelo estava segura e em terra firme.

O Caramelo foi resgatado! Graças à mobilização dos voluntários e ao Exército, conseguimos salvar mais uma vida! pic.twitter.com/2s5bW6P6am

— Janja Lula Silva (@JanjaLula) May 9, 2024