Chávez: Mercosul será o motor da América do Sul

Presidente da Venezuela afirma que Brasil é irmão e prevê volta rápida do Paraguai ao bloco

São Paulo – Às vésperas de oficializar a entrada no Mercosul, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que o bloco é o maior motor da América do Sul, favorecendo o desenvolvimento da região e abrindo para seu país um “horizonte infinito”. 

“O cenário se completou. E a Venezuela é o ponto norte do eixo desse cenário. Aqui está nascendo na América do Sul uma grande potência, e o Mercosul é o maior motor para lhe dar vida, com todos seus países: Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Uruguai, Guiana, Suriname”, manifestou ontem (25) em Caracas após uma reunião com representantes do governo brasileiro, entre eles o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.

Chávez afirmou que o Mercosul é flexível e que aceita assimetrias entre seus membros. “O Brasil não é um império, é um irmão, como é a Argentina, o Uruguai e também o Paraguai, que estou seguro que mais cedo que tarde o Paraguai retornará ao Mercosul, quando recupere sua democracia.”

O Paraguai foi suspenso na última cúpula de chefes de Estado, entre 28 e 29 de junho em Mendoza, na Argentina, por conta do impeachment-relâmpago do presidente Fernando Lugo. Com a decisão, foi possível que a Venezuela ingressasse no bloco, já que o Legislativo paraguaio era o único que não havia autorizado a adesão. 

Na próxima terça-feira (31), em Brasília, será oficializada a entrada do novo membro. Segundo Chávez, seu governo está trabalhando para “recuperar o tempo perdido” no sentido de avaliar as medidas necessárias para uma integração rápida. Será aberto um cadastro às empresas interessadas em investir no Mercosul. A ideia, segundo ele, é exportar uma relação com mais de 230 itens da Venezuela para o Brasil, pelo menos.