Assange pretende concorrer ao Senado australiano em setembro

Informação foi confirmada pelo Wikileaks; jornalista se encontra exilado na embaixada do Equador em Londres

Assange nasceu em Townsville, no estado de Queensland, no nordeste da Austrália (Foto: Flickr)

São Paulo – O jornalista Julian Assange, fundador do Wikileaks, afirmou hoje (30), em Londres, que planeja se candidatar para uma vaga no senado australiano em 2013. A informação foi confirmada por Kristinn Hrafnsson, representante do Wikileaks, ao site Russia Today. Pela manhã, a primeira-ministra australiana, Julia Gilard, anunciou que as eleições nacionais serão disputadas no dia 14 de setembro.

A mãe de Assange, Christine, também confirmou os planos de candidatura de seu filho à agência AAP News. Ela defendeu a ideia, afirmando que, atualmente, os eleitores australianos só podem escolher entre dois partidos (Trabalhistas e Liberais), aos quais ela chamou de “Partido Lacaio dos EUA 1 e Partido Lacaio dos EUA 2”.

O jornalista se encontra desde junho de 2012 exilado na embaixada equatoriana em Londres e não pode deixar o local. Caso contrário, será preso pelas forças de segurança britânicas, que monitoram o prédio, e levado à Suécia, onde responde por um processo de estupro. O temor de Assange é que, uma vez em território sueco, ele seja extraditado para os Estados Unidos, que poderiam processá-lo por espionagem – já que o Wikileaks revelou centenas de milhares de documentos sigilosos da diplomacia norte-americana.

Em março de 2012, Assange já havia manifestado interesse em concorrer à vaga. Nascido em Townsville, no estado de Queensland, no nordeste da Austrália, Assange havia dito que gostaria de “trazer a liberdade de volta à política australiana”. Seu objetivo no Senado seria a defesa do “discurso livre” e do “direito dos cidadãos de viver suas vidas longe da interferência do Estado”.

Em dezembro, ele afirmou que pretendia criar um “partido do Wikileaks”. Caso ele não possa concorrer fisicamente pela vaga, algum outro membro do site poderia concorrer em seu nome, como foi anunciado em um post do Wikileaks no Twitter.