oriente médio

Arábia Saudita executa 47 pessoas condenadas por terrorismo, entre elas, clérigo xiita

Execução de Sheikh Nimr al-Nimr, crítico da família real saudita e militante pró-democracia, provoca revolta na região; país executou 157 pessoas em 2015

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Líder religioso xiita Sheikh Nimr al-Nimr era considerado um dos mais proeminentes militantes pela democracia

São Paulo – A Arábia Saudita executou 47 pessoas neste sábado (2), informou o Ministério do Interior do país. Elas haviam sido condenadas à morte após terem sido consideradas culpadas pelo crime de terrorismo no país. Entre elas, está o líder religioso xiita Sheikh Nimr al-Nimr, crítico da família real saudita e apoiador dos protestos contra o governo da Arábia Saudita por parte da minoria xiita, realizados em 2011.

Em anúncio transmitido pela TV saudita, o ministro do Interior informou que as 47 pessoas executadas neste sábado foram condenadas por terem se unido a “organizações terroristas” e por implementar vários “planos criminosos”.

A lista de executados inclui pessoas condenadas por envolvimento em uma série de ataques realizados entre 2003 e 2004, reivindicados pelo grupo extremista Al-Qaeda, que deixaram mais de 150 mortos, além de um cidadão do Chade e um egípcio. Elas foram executadas em 12 cidades sauditas, por decapitação por espada, método comumente usado no país, ou pelotão de fuzilamento, informou o ministro.

As execuções na Arábia Saudita aumentaram consideravelmente desde janeiro de 2015, quando o rei Salman chegou ao trono após a morte de seu pai, o rei Abdullah. Segundo organizações internacionais de direitos humanos, em 2015 o país executou pelo menos 157 pessoas condenadas por diversos crimes, inclusive tráfico de drogas e outras ofensas não letais – quase o dobro das 87 pessoas executadas em 2014.

Revolta no Oriente Médio

O líder religioso xiita Sheikh Nimr al-Nimr era considerado um dos mais proeminentes militantes pela democracia no reino, e segundo sua família e seus seguidores promovia a resistência pacífica ao governo saudita. Sua execução provocou revolta em vários países do Oriente Médio. Em Manama, capital do Bahrein, a polícia reprimiu com gás lacrimogêneo um protesto contra a execução de Nimr que reuniu dezenas de pessoas.