Integração regional

Após homenagens a Kirchner e Chávez, Maduro chega a Brasília para encontro com Dilma

Novo presidente da Venezuela termina giro do Mercosul no Brasil; em Buenos Aires, Maduro afirma ser o segundo presidente peronista o primeiro chavista

Na Argentina, Maduro agradeceu o auxílio argentino no abastecimento alimentar

São Paulo – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou hoje (9) a Brasília para encerrar um giro de três dias pelo Mercosul. Nesta tarde, ele se reúne com Dilma Rousseff para discutir a cooperação bilateral, em especial na questão dos alimentos, um problema para a nação caribenha, que sofre com inflação e obstáculos no abastecimento.

Ontem, em Buenos Aires, ele e Cristina Kirchner aproveitaram o encontro na Casa Rosada para render homenagens a Hugo Chávez, morto em abril, a Néstor Kirchner, morto em 2010, e ao ex-presidente argentino Juan Domingo Perón, falecido em 1973. “Sou o primeiro presidente chavista da Venezuela, trabalhador, e segundo presidente peronista, porque o primeiro presidente peronista foi Hugo Chávez”, afirmou Maduro. “Ambos governos somos duas forças terrenas de mudança, e temos relações de confiança, e nossos povos agora se conhecem, se gostam, se respeitam e se admiram.”

Para o presidente da Venezuela, o século 21 é o século “da união, do reencontro com as raízes, da liberação de nossos povos, da consolidação de uma verdadeira nação de repúblicas sul-americanas”. Ele comemorou ainda os 12 acordos de cooperação celebrados entre os dois países. O mais importante, na visão de Maduro, são os que visam a dar segurança alimentar à nação caribenha. “Argentina e Venezuela: gás e alimentos. A equação perfeita”, resumiu, admitindo que o governo sofre com os problemas “severos” de abastecimento. “Nosso objetivo é garantir a reserva alimentícia, os alimentos básicos, para três meses, abonada com produção interna, mas também com produtos argentinos”, acrescentou.

Já Cristina recordou que Chávez e Kirchner nutriam uma boa amizade, que se transformou em uma “ajuda inestimável” da Venezuela à Argentina. Empréstimos venezuelanos garantiram estabilidade à Argentina após a renegociação das dívidas com instituições multilaterais, em especial o Fundo Monetário Internacional (FMI), fruto da quebra de 2001-02. “Obrigado por esta primeira visita como presidente da Venezuela à Argentina. Devo confessar-lhes que quando uma pessoa recebe a um amigo costuma estar feliz e contente, mas, quando falta outro amigo, essa alegria tem sensações cruzadas, sentimentos encontrados”, disse a presidenta.

No setor energético, a governante argentina ressaltou o interesse de seu governo em “unificar e aprofundar laços” com a PDVSA, companhia petrolífera estatal venezuelana, com a qual assinarão novos e “mais importantes” convênios. Cristina explicou que, tanto ela como Maduro, falaram de iniciar “políticas claras e concretas” para “avançar nos projetos de inclusão social tão fortes que ocorreram na América do Sul”.

Com informações do Página12 e da EFE.

Discursando em um estádio de Buenos Aires, o presidente da Venezuela pregou integração