Após greve, centrais sindicais na Espanha querem retomar negociação com governo

São Paulo – Após a greve geral de hoje (29), que atingiu diversas regiões do país, os secretários-gerais da CCOO e da UGT, centrais sindicais espanholas, Ignacio Fernández Toxo e […]

São Paulo – Após a greve geral de hoje (29), que atingiu diversas regiões do país, os secretários-gerais da CCOO e da UGT, centrais sindicais espanholas, Ignacio Fernández Toxo e Cándido Méndez, disseram que seguem “abertos à negociação” com o governo. “A greve é uma oportunidade para a negociação, mas se não for assim haverá um conflito social crescente até que mude substancialmente a reforma trabalhista”, disse Toxo. “Sabemos que a Espanha está no limite”, comentou Méndez.

Pelas proposta do governo, as modalidades de contratação tornaram-se mais flexíveis e o custo de demissões foi reduzido. A Espanha hoje é o país com maior taxa de desemprego na Europa, acima dos 20%, e um contingente superior a 5 milhões de desempregados.

No balanço das centrais, a paralisação, descontados os serviços mínimos obrigatórios, teve 77% de adesão, em média, chegando a 97% na indústria e na construção e 57% no serviço público. Os dirigentes também destacaram a queda na demanda de eletricidade como indicador de diminuição da atividade industrial. De acordo com o jornal El País, a indústria e o transporte foram os setores mais afetados pela “oitava greve geral do período democrático, a primeira que sofre o governo de Mariano Rajoy”, referência ao primeiro-ministro, eleito em 2011 pelo conservador PP.

As entidades patronais Ceoe (organizações empresariais) e Cepyme (pequena e média empresas) falam em situação de “grande normalidade”, com “adesão desigual” por setores e regiões e maior incidência no setor industrial. Já a ministra do Trabalho, Fátima Báñez, declarou que a reforma é “imparável”.

Os sindicalistas criticaram o que chamaram “paranoia” do governo, que resultou “em ocupação das ruas e uma tentativa de transformar a greve em um conflito de ordem pública”. Mais de 30 pessoas foram presas, e em Madri uma mulher foi atropelada por um carro de polícia. Para Toxo, da CCOO, as mais de 100 manifestações no país demonstram que “a estratégia do medo fracassou”.